Nos últimos meses, um crescente numero de comentadores e membros do Congresso apelaram por uma mudança na estratégia dos Estados Unidos no Iraque. Durante a campanha para as eleições legislativas intercalares, o presidente Bush insistiu que iria manter o curso e acusou os seus opositores do Partido Democrático de querem parar e fugir. Mas no final da campanha, mesmo o presidente teve de abandonar essa retórica quando se tornou claro que com o aumento da violência no Iraque algumas mudanças eram necessárias.
A evolução desse pensamento gerou uma série de encontros durante a ultima semana e culminou com o anuncio do presidente na quarta-feira.
“Após uma série de conversações frutuosas, o secretario Rumsfeld e eu concordámos que chegou a altura para uma nova liderança no Pentágono.”
O presidente Bush anunciou ter escolhido o antigo director da CIA Robert Gates para novo secretario da Defesa. Gates era também membro da comissão que acabou de estudar a política dos Estados Unidos no Iraque e que brevemente apresentar as suas recomendações. O analista Lawrence Korb, do Centro de Informação para a Defesa, disse que a escolha de Gates assinala que Bush está pronto a adoptar algumas das ideias da comissão.
“Bob Gates, há um ano, recusou o lugar de director da Inteligência Nacional. Penso que a razão porque não aceitou se deveu ao facto de que maioria haver quaisquer mudanças. E por isso não aceitou o cargo, a menos que sentisse que poderia fazer alguma diferença”.
Ninguém sabe exactamente o que é que a comissão para o Iraque irá recomendar. Lawrence Korb e outros analistas acham que não há uma grande margem de manobra para abandonar os objectivos estratégicos de levar a democracia e a estabilidade ao Iraque. Ninguém espera isso. Mas acrescentou que a comissão deverá recomendar uma aceleração da entrega de responsabilidades ao governo iraquiano e uma substancial redução de tropas americanas no Iraque a ter inicio no próximo ano.
Ao anunciar a mudança na chefia do Pentágono, o presidente Bush disse que queria uma “perspectiva fresca” e “novas ideias” para o que chamou de “um período critico” na guerra contra o terror. O secretario Rumsfeld indicou na quinta-feira que a táctica e talvez mudanças alargadas estão a caminho na política dos Estados Unidos para com o Iraque.
“Não tenho duvidas de que o presidente, trabalhando com os comandantes e o novo secretário irá continuar a fazer ajustamentos e que se tivermos a perseverança e a resolução, iremos ver o povo iraquiano a tomar o controlo do seu pais”.
Falando quarta-feira na Casa Branca, o secretário da defesa nomeado, Robert Gates, delineou aquilo que vê como as estacas para tentar salvar a missão dos Estados Unidos no Iraque.
“Os Estados Unidos estão em guerra, no Iraque e no Afeganistão. Estamos a lutar contra o terrorismo a escala global. E enfrentamos outros desafios sérios a paz e a nossa segurança. Penso que as consequências desses conflitos irão modelar o mundo durante décadas”.
O presidente Bush indicou na quarta-feira que o secretário da Defesa, Rumsfeld, permanecera em funções até ao final do ano. Logo que Gates tomar posse como novo secretário da Defesa, espera-se que implemente algumas novas políticas, mas os objectivos estratégicos do presidente Bush no Iraque e na guerra contra o terrorismo não deverão mudar.