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O Relatório Final do Painel da Coerência do Sistema


O relatório final do Painel de alto nível da Coerência do Sistema, criado pelo secretário-geral, descreve o trabalho da organização mundial como ”fragmentado e fraco e sem uma boa estrutura”.

O documento de 52 páginas diz que em alguns casos há, por exemplo, 20 agências que operam simultâneamente num país. O resultado escreve-se, é um programa administrativo ”incoerente” com custos administrativos ”excessivos”.

O painel de 13 membros inclui três primeiros-ministros, o antigo presidente moçambicano, Joaquim Chissano, o ministro das Finanças britânico, Gordon Brown, e Josette Shearan, uma americana que esta semana foi nomeada para chefiar uma das maiores agências da ONU, o Programa Alimentar Mundial.

Um dos líderes do painel, o antigo primeiro-ministro norueguês Jens Stoltenberg, descreveu a ONU como uma organização onde é generalizado o desperdício e a duplicação de esforços. Stoltenberg diz: ”Acreditamos que há a possibilidade de se poupar 20 por cento dos custos. A ideia não é poupar dinheiro para os países doadores, mas a de poupar dinheiro que possa ser usado no desenvolvimento, para que haja mais dinheiro para proteger o meio ambiente e mais dinheiro para assistência humanitária”.

Outro líder do painel é o antigo primeiro-ministro do Paquistão, Shaukat Aziz. Segundo ele os esforços da ONU para ajudar o seu país, na sequência do devastador terramoto do ano passado foi um esforço pobremente coordenado. Aziz apelou à ONU para se reinventar a si própria: ”Qualquer organização, global, regional, ou local, chega a um momento em que precisa de se reinventar. Nós acreditamos que a ONU -- que serve os interesses da humanidade -- não é uma coutada exclusiva de qualquer grupo de pessoas, mas que trabalha para cada cidadão do mundo, e precisa de se reinventar, de fazer as coisas de uma melhor forma, e de uma forma diferente”.

Actualmente as Nações Unidas compreendem 17 departamentos dependentes do secretário-geral, 17 outras agências especializadas ou grupos relacionados, 14 fundos e programas.

O secretário-geral Kofi Annan criou este painel em Fevereiro do ano passado, em resposta a um pedido de líderes mundiais, durante a cimeira dos 60 anos das Nações Unidas.

Agora caberá ao sucessor de Annan, o ministro dos negócios estrangeiros sul-coreano Ban Ki-Moon, decidir como pôr em prática as recomendações do painel. Ban Ki-Moon assume a liderança das Nações Unidas no dia um de Janeiro próximo.

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