O uso de aeroportos civis por aviões militares durante a guerra causou danos a várias pistas de tal maneira que sob recomendação da Empresa Nacional de Navegação Aérea (ENANA), da Boeing, da TAAG e do Instituto Nacional de Aviação Civil, INAVIC, os novos 737 700 da TAAG não deverão fazer uso de pelo menos 11 aeroportos angolanos, soube a Voz da América de fonte oficial angolana
Alguns aeroportos poupados durante a guerra foram excluídos devido o mau estado de conservação das suas pistas
O levantamento do estado dos aeroportos angolanos fez parte do processo que ditou o estabelecimento de uma data para entrega dos aviões.
João Miguel Santos cidadão português que viveu a infância e a juventude em Angola, e homem que negociou pela Boeing a venda dos aviões a TAAG disse que Luanda não é dos aeroportos que coloca problemas aos novos aviões. “Em relação à pista de Luanda não há problemas de qualquer ordem. O aeroporto em si precisa de uma série de melhoramentos mas assim como está pode comportar o 777 sem qualquer problema. Em relação ao 737 houve realmente uma grande preocupação por parte da ENANA e do ministério dos Transportes para que se avaliasse quais seriam os aeroportos que teriam capacidade para receber a aeronave. A Boeing fez um estudo de avaliação 24 aeroportos em Angola. Este estudo já foi apresentado ao ministério dos Transportes e declara taxativamente as condições dos aeroportos hoje, e os melhoramentos que precisam de ser feitos para comportarem os 737. Há vários aeroportos que precisam de ser melhorados, pelo que estão fora de questão em relação ao 737. Há entretanto 7 aeroportos que estão em condições de receber estes aviões.”
A Boeing não tem reservas nem observações em relação à segurança e navegação aérea. A ENANA a quem cabe garantir a segurança, tem outras preocupações que não estas. O PCA daquela empresa Jorge Melo, está tranquilo em relação à navegação aérea. “Em matéria de segurança aérea não temos problemas. Os constrangimentos que temos estão ligados às condições de algumas áreas operacionais que alguns aeroportos apresentam”.
Jorge Melo disse que após uma visita de constatação feita pela ENANA,TAAG e Instituto de Aviação Civil, INAVIC foi decidido que as pistas que se apresentam em condições de receber os novos aviões são as de Luanda, Ondjiva, Lubango, Benguela, Catumbela e Namibe. “ Com algumas intervenções que já estão a ser executadas Cabinda poderá também receber estes aviões a curto prazo. Os outros aeroportos vão necessitar de intervenções que já estão a ser planeadas. Isto vai depender dos valores que nos forem alocados”.
A exclusão de 11 aeroportos decorre nalguns casos, do mau estado das pistas. “A maior parte dos nossos aeroportos foi construída na época colonial, e tem uma largura de apenas 30 metros. Estes aviões exigem uma largura mínima de 45 metros. Por outro lado, também existe uma certa degradação, porque como sabe ao longo dos anos os nossos aeroportos receberam aviões muito pesados. Estes aeroportos não estavam preparados, e por força da guerra não puderam beneficiaram de quaisquer intervenções”
Huambo, Uíje, as Lundas e o Moxico encabeçam a lista dos aeroportos temporariamente excluídos. De acordo com o presidente do CA da ENANA, a inclusão destes e de outros aeroportos nos planos de voos dos novos 737-700 “depende da alocação de valores que convenhamos são um bocado elevados mas a breve trecho vamos ter estes aeroportos em condições de receber estas aeronaves”.
Os projectos da ENANA incluem também um plano nacional de navegação aérea que responde as exigências da ICAO, Organização Internacional da Aviação . “Estamos convencidos de que se tudo correr como planeado, no próximo ano poderemos ser a sul do Saara, um dos melhores países nessa matéria . Temos também um plano de desenvolvimento dos 16 principais aeroportos do país que já foi submetido ao governo.”