Links de Acesso

Cruz Vermelha internacional quase sem dinheiro para o Fundo do HIV/SIDA na África Austral


Françoise Le Goff, representante regional da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, explicou que o ciclo de financiamento para programas de HIV/SIDA na África Austral deveria durar, por norma, até ao final do ano.

‘Contudo, não temos ainda coberto este orçamento e o dinheiro que ainda temos apenas durará até Janeiro de 2007. Precisamos suprir o buraco, por isso precisamos lançar agora este apelo’.

Segundo Le Goff, há 100 mil vítimas da SIDA que recebem ajuda da Cruz Vermelha e da sua rede de mais de 200 mil voluntários na África Austral, os quais seriam afectados pela falta de fundos.

A organização pediu que lhe sejam dados 300 milhões de dólares, naquele que é o maior montante alguma vez pedido pela organização internacional, por forma a poder quadruplicar os seus programas, ao longo dos próximos cinco anos.

O representante especial da Cruz Vermelha para questões do HIV/SIDA, Mukesh Kapila, explicou as razões que levaram a lançar o apelo na África Austral.

‘Estamos aqui porque é aqui a capital mundial da epidemia do HIV e SIDA, algo que não é para nos orgulharmos.

Kapila notou que a África Austral, onde vive menos de quatro porcento da população mundial, tem mais de um terço de vítimas do HIV, cerca de 12 milhões de pessoas. E em cada ano, um milhão de pessoas morre e um milhão mais de pessoas são infectadas.

Acrescentou este responsável da Cruz Vermelha que a epidemia da SIDA reduziu a esperança de vida colocando-a abaixo dos 40 anos em alguns países, e deixando órfãs cerca de cinco milhões de crianças.

A epidemia, segundo as autoridades, afectou de tal maneira as sociedades que a Cruz Vermelha precisa de alargarem os seus programas a comunidades inteiras. Tais programas incluem ajuda a órfãos de SIDA, nutrição, projectos de água e sanidade, e controlo de doenças associadas ao HIV, como tuberculose e malária.

Mandissa Kalako-Williams, chefe da Cruz Vermelha sul-africana, notou que no princípio do ano, as sociedades da Cruz Vermelha da África Austral, se comprometeram a aumentar os seus esforços, dizendo que a grande prioridade para elas é responder às necessidades das suas comunidades, necessidades criadas pelo HIV/SIDA.

Responsáveis da Cruz Vermelha criticaram a comunidade internacional por não responder adequadamente a uma pandemia, que já fora previsto há dez anos. Responsabilizam o que descrevem como promessas não cumpridas, em parte, às condições impostas pelas instituições doadoras, a fracos sistemas de serviços dos governos locais, e a burocracias demasiado dispendiosas que surgiram entre as inúmeras organizações que apareceram para responder à praga.

XS
SM
MD
LG