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As Campanhas Para As eleições Intercalares


As campanhas para as eleições intercalares aqui nos Estados Unidos são tradicionalmente dominadas por temas como os postos de trabalho, cuidados de saúde e a economia em geral.

Existem, no entanto indicações que estas preocupações estão a ser ensombradas pelos receios na opinião publica relativamente a política estrangeira dos Estados Unidos.

O antigo speaker da Câmara dos Representantes, Tip O’Neill afirmou uma vez que toda a política é local, em referencia como os cidadãos se apaixonam mais ou tendem em votar por assuntos que estão directamente relacionados com as suas próprias vidas.

Esta perspectiva tem constituído um factor decisivo nos recentes sufrágios, especialmente nas eleições intercalares que não incluem votação presidencial.

Todavia, este ano as coisas parecem estar a assumir uma forma diferente, e muitos eleitores americanos manifestando-se muito preocupados com assuntos estrangeiros.

‘Parece muito pouco usual numa votação intercalar que a política externa tenha tanto impacto. Parece não existir precedente’.

Era o professor de ciências políticas da Universidade do estado de Ohio, John Mueller. Segundo ele as duas questões principais da política estrangeira que ameaçam ofuscar tudo o mais são a guerra no Iraque liderada pelos Estados Unidos, e a denominada guerra global contra o terrorismo.

‘Basicamente aquilo que acontece reside em duas guerras que estão em curso. Uma do género da Segunda Guerra Mundial, que e a denominada guerra contra o terrorismo, e o apoio que não devera esbater, uma vez que parece ser um ataque direccionado contra os Estados Unidos. O outro e mais como a guerra no Vietname, ou guerra na Coreia, que constitui a guerra no Iraque. E neste caso, com as baixas a subir, será de esperar que o apoio diminua’.

O partido Democrata tem sido critico da forma como a administração Bush tem conduzido a guerra no Iraque, e individualidades democratas têm apelado para que o próximo sufrágio constitua um referendo sobre a guerra.

Ao mesmo tempo o senador John Kerry, o candidato democrata as presidenciais de 2004, afirmou recentemente ao programa Fox News Sunday que a guerra no Iraque tem tido efeitos negativos noutras áreas da política externa dos Estados Unidos.

‘O problema do Iraque reside no facto de ter feito diminuir a nossa capacidade de lidar com o Irão e Coreia do Norte. Uma das razoes por que a Coreia do Norte pode portar-se com se tem portado reside no facto de os Estados Unidos terem perdido dominância, ter perdido credibilidade e não tem capacidade para juntar grandes nações da forma como o fazia antes’.

Sondagens de opinião indicam que os americanos estão cada vez mais preocupados com a imagem negativa dos Estados Unidos no mundo. A presidente do grupo Public Agenda, refere que mais de um milhar de pessoas inquiridas em Setembro não aprovam a actual direcção em que os Estados Unidos caminham.

‘Cinco anos após os ataques terroristas de 11 de Setembro, oito em cada dez americanos sustentam que o mundo esta mais perigoso para os americanos. Seis em cada dez consideram que a política externa esta no caminho errado’.

O principal tema da política externa da administração Bush tem sido a guerra no Iraque. O presidente Bush tem justificado os combates sublinhando ser crucial para a segurança dos Estados Unidos a vitoria no Iraque.

‘As apostas são elevadas. Com efeito, não poderiam ser mais elevadas do que são. Se fossemos a abandonar aquele pais antes dos iraquianos poderem defender a sua jovem democracia, os terroristas tomariam controle do Iraque e estabeleceriam um novo santuário para lançar novos ataques contra a América’.

Entretanto o desagrado sobre a guerra no Iraque devera resultar em vantagem para o partido democrata no Congresso. Kurt Campbell, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais prevê, que desta feita, vão conduzir a uma legislatura muito mais agressiva.

‘Não será ... deixa – lá. Se continuarmos no Iraque, precisamos de saber o que estamos a fazer. Ou digam-nos o que se passa com as negociações com a Coreia do Norte. Vamos ter vozes mais activas e mais exigentes no Congresso’.

O professor Mueller da universidade estadual de Ohio refere que as sondagens de opinião pública demonstram este ano que nada mais captou a atenção dos eleitores americanos da mesma forma que a guerra no Iraque.

‘Basicamente, a questão da Coreia do Norte, a ascensão da China e outros temas, como o aquecimento global, não parecem ter cativado de uma forma ou de outra. Ate mesmo o conflito Israel Líbano parece ter se esfumado consideravelmente’.

Quando o então governador Bill Clinton concorreu a presidente em 1992, a sua campanha centrou-se em questões da economia interna. Este ano, e apesar de provas concretas de melhoria económica, muitos eleitores americanos tomam em consideração acontecimentos que ocorrem a milhares de quilómetros de distancia.

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