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Sudão Expulsa Enviado Especial da ONU


O governo sudanês decidiu expulsar o enviado especial das Nações Unidas Jan Pronk. A decisão seguiu-se às declarações de Pronk segundo as quais o exército governamental sudanês se encontra totalmente desarticulado. Kartum deu 72 horas a Jan Pronk para deixar o Sudão depois de ter afirmado na sua página na Internet que algumas das tropas sudanesas estavam a recusar-se a lutar e que alguns generais já tinham sido demitidos. O governo sudanês negou essas alegações e exigiu a sua partida. A porta voz do ministério dos Negócios Estrangeiros sudanês, Ali Sadiq, disse à VOA que Pronk entrou também em colisão com Kartum por causa das declarações que fez a respeito do acordo de paz para a região de Darfur: ” Esta decisão está relacionada com as recentes declarações de Pronk, na sua página privada na Internet, de que o governo do Sudão não pôs em prática o acordo de paz para Darfur. Consideramos que essas declarações não se justificam e afectam a situação em Darfur.”

As Nações Unidas não comentaram ainda a ordem de expulsão do seu enviado especial ao Sudão. Em Agosto passado, o governo sudanês lançou uma ofensiva militar contra os rebeldes do norte de Darfur que não subscreveram o acordo de paz para a região. De referir que apenas uma facção do Movimento de Libertação do Sudão concluiu aquele acordo. As outras facções recusaram-se a fazê-lo alegando que o acordo de paz não respondia às suas exigências relativamente à partilha do poder e às compensações monetárias para os três milhões de pessoas vítimas do conflito.

Na semana passada, rebeldes de Darfur e tropas governamentais sudanesas confrontaram-se ao longo da porosa fronteira com o Chade. Centenas de combatentes, tanto do lado dos rebeldes como das fileiras governamentais, ficaram feridos nos confrontos e concentram-se na localidade fronteiriça chadiana de Bahai. O conflito em Darfur começou há três anos atrás, quando os rebeldes atacaram posições governamentais em Darfur alegando que a sua região continuava a ser negligenciada pelo governo central. Kartum foi, entretanto, acusada de armar milícias árabes para esmagar a rebelião das populações negras da região. O conflito já fez dezenas de milhar de mortos e mais de dois milhões de pessoas foram deslocadas pelos combates.

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