Diplomatas dos Estados Unidos pediram ao Conselho de Segurança para aprovar duras sanções contra a Coreia do Norte ate ao final da semana. Um projecto de resolução sobre sanções posto a circular entre os membros do Conselho no final de quarta-feira e obtido pela Voz da América exige que Pyongyang elimine o seu programa de armas nucleares, impõe um estrito embargo de armas e uma proibição de importação de artigos de luxo.
A movimentação norte-americana ocorreu horas depois do presidente Bush ter afirmado que a construção de um novo consenso entre as grandes potências mundiais e vital para enviar “uma clara mensagem” ao governo norte-coreano.
Por outro lado, o subsecretário de Estado norte-americano Nicholas Burns afirmou que Washington está em busca de sanções imediatas do Conselho de Segurança contra o Irão devido as suas actividades nucleares. Falando no Conselho para as Relações Externas em Nova Iorque, uma organização privada, Burns disse que a rejeição de Teerão de uma iniciativa diplomática americano-europeia não tinha deixado outra alternativa que não fossem sanções.
“Colocamos uma oferta sobre a mesa. Pedimo-lhes para escolherem. Eles escolheram, pelo menos temporariamente, por isso precisamos agora de enveredar por um regime de sanções, porque o Irão tem de compreender que tem de pagar um preço por ser um fora da lei internacional, tal como a Coreia do Norte está a ser”.
Burns afirmou que os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Rússia) alcançaram um acordo alargado sobre uma resolução de sanções contra o Irão. Pormenores das sanções estão ainda a ser trabalhados.
O diplomata norte-americano disse que a provocação nuclear do líder norte coreano Kim Jong-Il, alertou os lideres mundiais para a necessidade de porem de lado as suas diferenças e unirem-se para se oporem às ambições nucleares do Irão.
“Podemos ver agora que, talvez devido a consequência impensada do querido líder da Coreia do Norte, e o que fizemos na outra noite, levou a Coreia do Sul e o Japão a ficarem alinhados e está a levar a China, Rússia, Japão, Coreia do Sul e os Estados Unidos, a unirem-se”.
Burns afirmou haver uma cada vez maior compreensão entre os lideres mundiais sobre a posição de Washington de que os assuntos nucleares norte coreano e iraniano estão “estreitamente ligados”.
“Existe um grau real de unidade de que o que aconteceu foi insustentável e intolerável. E tem de ser respondido com um acordo de força diplomática. E esta crise na Coreia do Norte constitui uma oportunidade para fortalecermos a nossa posição estratégica na Ásia e para reformularmos uma coligação de países para responderem tanto a Coreia do Norte como ao Irão”.
Burns informou ter mantido uma teleconferencia na quarta-feira com altos diplomatas da Alemanha, França, China, Rússia e Grã-Bretanha, juntamente com o chefe da política externa da União Europeia Javier Solana, para discutirem uma estratégia para o Irão.
O presidente iraniano Mahmoud Ahme Dinejad acusou quarta-feira algumas potências mundiais de estarem a tentar ameaçar o Irão devido ao seu programa nuclear. Não citou os nomes desses países, mas disse que o Conselho de Segurança da ONU não tem o direito de interferir com o programa nuclear do Irão.
O Irão nega que esteja a construir armas nucleares, afirmando que o seu programa nuclear se destina a fins pacíficos.