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O Vice-presidente Nigeriano Rejeita Suspensão Partidária


O vice-presidente da Nigéria, Atiku Abubakar, rejeitou a sua suspensão por três meses, do partido no poder. Uma suspensão que impede Abubakar de ser um dos candidates do partido às eleições presidenciais do próximo ano.

O escritório de campanha do vice-presidente nigeriano descreveu a sua suspensão do partido no poder como ilegal e uma tentativa diabólica para o manter fora da corrida presidencial de 2007.

Garba Shehu, porta-voz do vice-presidente, disse à VOA que a decisão foi tomada apesar de uma ordem do tribunal impedindo o Partido Democrático Popular, ou PDP, de tomar uma tal acção.

A nossa reacção é a de que a suspensão não terá lugar, porque nós vamos desafiá-la em tribunal. Porque existe uma ordem judicial que restringe o PDP de levar a cabo qualquer acção disciplinar contra o vice-presidente. Isto é consistente com aquilo que eles têm vindo a fazer, impedi-lo de se apresentar às eleições de 2007.

O Partido Democrático Popular, no poder, suspendeu Abubakar devido a alegada corrupção. O presidente Olusegun Obasanjo enviou um relatório à assembleia nacional, no princípio do mês, em que acusava Abubakar de corrupção. Desde há muito que os dois líderes têm vindo a trocar acusações de corrupção.

O partido no poder, que é agora dominado por apoiantes de Obasanju, vai realizar uma convenção em Dezembro para escolher o seu candidato presidencial. O que significa que Abubakar, que se quer candidatar às eleições presidenciais do próximo ano, não poderá competir para o cargo.

Maxi Okwu, advogado e analista político em Abuja, diz que o vice-presidente perdeu no jogo do poder.

‘O que eles fizeram até agora, é usar tácticas muito boas contra o vice-presidente. Afastaram-no da convenção sem entrarem sequer em colisão frontal, em termos de um confronto na assembleia nacional, onde o vice-presidente congregou uma força formidável. Usaram linguagem da Constituição para o acusar, e o colocar ao abrigo da secção 135 da Constituição que o desqualifica de se candidatar ao cargo. Conseguiram coloca-lo fora sem assumirem grande risco, suspendendo-o até ao final das primárias.’

A disputa surge numa altura de uma crescente tensão, em antecipação das eleições no mais populoso país de África.

Okwu diz que a suspensão de Abubakar do partido no poder poderá ter profundas implicações no processo político na Nigéria.

‘Tudo pode acontecer, qualquer pessoa desesperada pode empregar medidas desesperadas. E eu vejo alguns problemas no futuro. Não posso dizer quão grande poderá ser o problema. Mas alguns de nós estamos muito, mas mesmo muito preocupados.

Palavras do advogado e activista Maxi Okwu.

O PDP está no poder desde que a Nigéria regressou a uma democracia gerida por civis, há sete anos, depois de ter vivido quase três décadas de regime militar. O partido é considerado como o que tem mais possibilidade de ganhar as eleições em Abril de 2007.

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