Links de Acesso

FMI e Banco Mundial: Países em Desenvolvimento Querem Maior Participação


Os ministros das Finanças de muitas nações em desenvolvimento manifestaram preocupação sobre a campanha anticorrupção por parte de o Banco Mundial desviar recursos da assistência à pobreza e impor muitas condições prévias.

Na reunião anual agora concluída do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional os ministros solicitaram que as duas instituições atribuam aos países em desenvolvimento maior participação com funcionam e trabalhem com os governos em vez de lhes dizer o que tem de realizar.

Durante as reuniões do Banco Mundial e do FMI realizadas esta semana em Singapura, os ministros das Finanças receberam, na generalidade, com agrado os planos para reprimira a corrupção e o apoio à boa governação nos projectos financiados pelo Banco.

Todavia, delegados de muitos países em desenvolvimento emitiram posições de cautela no sentido das iniciativas anticorrupção não desviarem o propósito do Banco de alivio da pobreza.

O ministro das Finanças indiano, Palaniappan Chidambaram, afirmou que o Banco deve aderir a indicadores claros, consistentes e acordados de governação em vez de introduzir novas condições para a concessão da ajuda: “A proposta de adequar as estratégias de assistência, tendo por base o índice de governação de um país e muitas opções como a suspensão do empréstimo, vão prejudicar o processo de desenvolvimento de países que necessitam mesmo da assistência do Banco”.

Representantes dos países mais pobres do mundo sublinham apoiar as iniciativas do Banco Mundial, mas queixam-se de que as iniciativas de alivio da dívida estão a diminuir. Manifestaram preocupação de que novas condições possam implicar mais demoras na assistência.

O titular das Finanças do Ghana, Kwadwo Wiredu, indicou que as nações industrializadas necessitam de cumprir as promessas feitas o ano passado no sentido de duplicar a ajuda aos países pobres: “Todos reparamos que tem existido um abrandar da entrega das promessas feitas e existe um pequeno aumento nos montantes da ajuda aos nossos países. Tem se registado muitas demoras e pouca aceleração da ajuda à boa governação a países sub ajudados. Regista-se igualmente uma pequena aceleração dos fluxos aos Estados frágeis”.

Wiredu sublinhou que deve registar-se maior dispêndio no desenvolvimento da infra-estrutura das nações pobres em vez de especialistas estrangeiros que se deslocam aos países e fornecem conselhos.

O ministro das finanças indonésio, Sri Indrawati, afirmou, por seu lado, que a época de enviar de Washington equipas de especialistas para diagnostico dos problemas e prescrever as soluções a adoptar: “Necessitamos de mais pessoas no terreno que possam trabalhar lado a lado connosco, cumprindo prazos e sentindo as pressões. Que actuem como parceiros e não pregadores”.

Indrawati referiu que, no caso do Banco Mundial desejar que os países estejam disponíveis a realizar investigações sobre a corrupção, devem ser mais frontais. Os países em desenvolvimento têm insistido na necessidade de maior participação nas decisões do Banco Mundial e do FMI.

O FMI adoptou reformas internas atribuindo maiores direitos de voto a China, à Turquia, ao México e à Coreia do Sul para melhor reflectir o poder económico daqueles países. A Argentina, o Brasil, o Egipto e a Índia encontravam-se entre a minoria de nações que se opunham ao aumento dos direitos de voto.

O ministro das Finanças indiano afirmou preferir que a totalidade das nações tivesse as suas quotas reavaliadas ao mesmo tempo, considerando que o processo de duas fases do FMI constitui uma formula completamente falhada. Disse ele: “O processo de duas etapas significa que a algumas nações em desenvolvimento será pedido para perder parte das suas quotas em favor de outras nações em desenvolvimento. Deixe-me dizer que 23 nações, muitas delas economias grandes, emergentes e produtivas que votaram contra esta resolução podem ter perdido a votação, mas não perderam o argumento”.

O representante Indiano considera a segunda fase das reformas a ser negociada em 2008, deve reflectir correctamente a influência da totalidade dos membros do FMI, pois esta em causa a credibilidade e legitimidade do Fundo.

O director do FMI, Rodrigo Rato tem prometido que as reformas irão mais longe e que a instituição permanecera fiel a sua estrutura multilateral.

XS
SM
MD
LG