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Presença De Militantes Islâmicos No Sudão


Um grupo que se auto denomina de al-Qaida em África reivindicou a responsabilidade pela morte de um editor sudanes em Cartum.

O corpo de Mohamed Taha foi encontrado decapitado, e nos dias após a sua morte as forças de segurança sudanesa iniciaram uma repressão sobre os jornais de Cartum.

Uma declaração emitida por um indivíduo que se identificou como Abu Hafs al-Sudani adianta que três elementos da al-Qaida degolaram Mohamed Taha, tendo posteriormente abandonado o Sudão.

A declaração não foi confirmada por fonte independente.

Em Abril de 2005, Mohamed Taha publicou um artigo pondo em duvida a genealogia do profeta muçulmano Maomé.

Taha, um aliado do governo islâmico sudanes, foi preso e o jornal Al Wifaq encerrado.

Milhares de manifestantes juntaram-se no exterior do tribunal onde Taha foi julgado em Junho de 2005, pedindo a pena de morte, mas o jornalista foi ilibado das acusações.

O assassinato de Taha colocou uma sombra sobre a imprensa sudanesa e levantou duvidas sobre a presença de militantes islâmicos no Sudão.

Muitos sudaneses duvidam da declaração divulgada pelo grupo que se reivindicou pertencer a al-Qaida.

O cientista político Hassan Makki, da Universidade de África, em Cartum, considera que a declaração não contem as marcas da al-Qaida.

‘Nunca ouvi falar de Abu Hafs al-Sudani. Passaram sete dias para fazerem a reivindicação. A al-Qaida reivindica no mesmo dia’.

Nos dias após a descoberta do corpo de Taha, vários directores revelaram que os seus jornais tinham sido confiscados e terem recebido instruções para não publicarem artigos sobre a morte de Taha.

Faisal El Bagir, director de um grupo de direitos humanos sediado na Inglaterra, afirmou a Voz da América que os directores tinham recebido instruções para não escreverem sobre o assassinato de Taha.

‘Penso que aquilo que se está a passar é muito sério, um ataque muito grande contra a liberdade de expressão. Existe censura por parte da segurança desde seis deste mês, o dia do anuncio da morte de Mohamed Taha. Eles vão diáriamente aos jornais, dão instruções sobre o que será publicado e o que não pode ser publicado’.

Alfred Taban do Cartum Monitor, independente, considera que a morte de Taha e a repressão sobre a imprensa são uma tentativa de intimidação.

‘Vamos continuar a publicar os jornais. Isto é censura e vamos continuar a lutar como temos feito todos estes anos. Fomos encerrados dez vezes em cinco anos, e sempre regressamos. Vamos continuar a fazer o temos sempre feito, sem hesitação’.

O líder da al-Qaida, Osama bin Laden viveu no Sudão nos anos noventa, ate que em 19966 Cartum o expulsou, sob pressão dos Estados Unidos e os sauditas.

Em Marco passado, bin Laden apelou aos membros da al-Qaida para combaterem a intervenção das Nações Unidas na região de Darfur.

O governo sudanes distanciou-se de imediato de bin Laden, mas continuou a insistir em que a ONU não seria benvinda a Darfur.

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