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O Antigo Presidente do Irão


Não existem planos para Khatami se encontrar com funcionários do governo americano. Mas a decisão de conceder o visto de entrada, permitindo-lhe participar num dialogo inter-religioso em Washington no próximo mês de Setembro não e mais nem menos do que um significativo gesto político.

O antigo presidente do Irão é considerado um moderado entre os clérigos iranianos e advogou o diálogo com os Estados Unidos durante o seu mandato, que terminou no ano passado.

A administração Bush tinha indicado há algum tempo que iria responder favoravelmente a um pedido da Igreja Episcopal (a Igreja Anglicana dos Estados Unidos) para que Khatami fosse autorizado a participar no encontro ecuménico de sete de Setembro na Catedral Nacional de Washington e o visto foi formalmente emitido na terça-feira.

Khatami irá também participar numa conferencia das Nações Unidas em Nova Iorque na próxima semana.

Num encontro com a imprensa, o vice-porta-voz do Departamento de Estado, Tom Casey, afirmou que o visto foi concedido em parte devido às obrigações dos Estados Unidos enquanto país hospedeiro da Organização das Nações Unidas.

Casey pôs de lado a sugestão de que Khatami poderia ser impedido de entrar nos Estados Unidos devido à presença do Irão na lista do Departamento de Estado de países que apoiam o terrorismo e afirmou que a visita poderá ajudar os iranianos a compreenderem as preocupações dos Estados Unidos nessa e noutras matérias.

“Será uma oportunidade em parte para o antigo presidente Khatami ouvir as preocupações dos americanos. E suspeito que não só em Nova Iorque, mas também noutros lugares onde for, vai ser alvo de duras questões dos americanos com quem se encontrar. E penso que é importante que reconheçamos que somos uma sociedade aberta. Estamos desejosos em ter uma troca de ideias livre e um debate livre sobre quaisquer assuntos. Penso que será refrescante ter um líder iraniano a enfrentar algumas dessas questões”.

Os Estados Unidos não tem relações diplomáticas com o Irão desde a revolução de 1979, quando militantes iranianos tomaram a Embaixada dos Estados Unidos em Teerão e mantiveram reféns diplomatas americanos e outras pessoas durante mais de um ano.

Houve recentes pedidos de alguns aliados dos Estados Unidos, antigos diplomatas americanos e membros do Congresso para que a administração Bush fale directamente com o Irão sobre os seus desacordos.

A Casa Branca informou em Junho que estava preparada para se juntar a outros membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha para um dialogo político com o Irão, desde que suspendesse o enriquecimento de urânio e regressasse as negociações sobre o seu programa nuclear.

O Irão recusou a oferta e o porta-voz Casey disse que estava confiante que o Conselho de Segurança iria impor sanções se o Irão ignorasse o prazo limite de 31 de Agosto para dar uma resposta.

A decisão de conceder o visto a Khatami foi condenada por pelo menos um senador, o republicano Rick Santorum, da Pensilvania. O legislador conservador afirmou que apesar da reputação de Khatami como um reformador, ele suprimiu a liberdade de expressão e milhares de protestantes foram presos durante o seu mandato presidencial.

Santorum, num comunicado, classificou o antigo presidente Khatami um dos chefes propagandistas do regime iraniano e disse que no mínimo, destacadas figuras políticas dos Estados Unidos devem ter igual oportunidade para falar ao povo iraniano.

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