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População do Delta do Níger Protesta Contra Acções dos Militares


Os líderes da região do Delta, na Nigéria, denunciaram a operação de segurança mandada desencadear pelo presidente Olusegun Obasanjo há mais de uma semana numa tentativa para tentar evitar mais raptos de trabalhadores estrangeiros contratados pelas empresas petrolíferas que operam na região do Delta.

Os residentes de Port Harcourt afirmam que as tropas governamentais se irritaram, na quinta-feira, depois de atiradores terem abatido a tiro um soldado num bar local, após o que militares descontrolados incendiaram centenas de casas nos bairros pobres de Port Harcourt.

Um porta-voz militar naquela zona, o major Sagir Musa, nega que as tropas nigerianas sejam responsáveis pelos ataques visando população inocente: “Há alegações fantasiosas, alegações que na realidade são infundadas, dúbias. Militantes e colaboradores seus não estão satisfeitos com o que estamos a fazer. Em alguns casos, esses militantes vestidos com fardas do exército estão a desencadear ataques mortíferos com o objectivo de pôr em causa a imagem do Exército Nigeriano. Nós não estamos a visar qualquer local com objectivos maliciosos”.

O soldado que foi morto pelos atiradores tinha como missão proteger os trabalhadores estrangeiros. Depois de o terem abatido, os atiradores sequestraram dois trabalhadores da indústria petrolífera que opera na área do Delta. Três trabalhadores estão ainda dados como desaparecidos, enquanto outros foram j«a libertados. As tropas nigerianas mataram dez militantes, numa emboscada, na semana passada.

Ledum Mitee, um líder comunitário do Delta do Níger, afirma que as tropas deveriam fazer maiores esforços para fazer a distinção entre criminosos e cidadãos respeitadores da lei: “ Estamos a ficar muito preocupados quanto à operação indiscriminada lançada pelos militares porque muitas pessoas inocentes, bem como comunidades inteiras já foram alvo de ataques e eu penso que deveria haver um esforço premeditado para destrinçar entre aqueles que são criminosos e aqueles que são cidadãos comuns que, devido á sua pobreza, têm sido formado a permanecer em acampamentos. Houve pessoas atingidas a tiro e sei de comunidades que foram atacadas e que há pessoas desalojadas”.

A Nigéria é o oitavo maior produtor de petróleo do mundo, mas, durante os últimos sete meses, ataques desencadeados no Delta do rio Níger reduziram a produção petrolífera para 500 mil barrir por dia, o que corresponde a uma diminuição de 20 por cento relativamente à sua produção habitual.

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