A capital da Republica Democrática do Congo, Kinshasa, estava tensa, horas depois de ter sido anunciada uma segunda volta nas eleições presidenciais e soldados leais aos dois candidatos apurados se terem confrontado na cidade. A segunda volta vai ser disputada entre o actual presidente Joseph Kabila e o antigo líder rebelde Jean-Pierre Bemba.
A Comissão Eleitoral anunciou os resultados das históricas eleições no final de domingo, informando que o presidente Kabila venceu o escrutínio, mas sem ter conseguido alcançar os 50 por cento necessários para evitar uma segunda volta, pelo que terá de disputar uma segunda volta com o segundo candidato mais votado Jean-Pierre Bemba.
Mas o anuncio da segunda volta das eleições foi ensombrado pela violência na capital congolesa.
Grupos rivais leais a Kabila e Bemba confrontaram-se nas ruas de Kinshasa, com armas ligeiras e pesadas. Tanques foram colocados nas ruas no final do dia.
Fontes das Nações Unidas indicaram que cinco pessoas morreram. Cada um das partes acusa a outra de ter começado a violência.
Tiros esporádicos continuaram a ouvir-se no tenso e deserto centro da capital congolesa e as Nações Unidas apelaram a ambos os candidatos a retirarem os seus homens das ruas e autorizar a Policia a restaurar a ordem.
Membros da maior força de manutenção da paz do mundo das Nações Unidas, que fiscaliza o processo de paz na Republica Democrática do Congo e ajudou a organizar as eleições, também estavam a patrulhar as ruas de Kinshasa.
As eleições presidenciais de 30 de Julho seguiram-se a uma guerra civil entre 1998 e 2003 que matou mais de quatro milhões de pessoas.
Mas com uma segunda volta opondo Kabila, originário da parte leste do país, contra Bemba, que é popular na parte ocidental, muitos analistas receiam que o voto possa ser dividido.
De acordo com a Comissão Eleitoral, a segunda volta das eleições presidenciais na Republica Democrática do Congo está prevista para ter lugar em final de Outubro.