Links de Acesso

D. Paulino Madeka Chamado a Roma


Reformado desde 2004, o bispo emérito de Cabinda, D. Paulino Madeka, volta na próxima semana a Roma, para uma missão que seguramente não estava nos seus planos, quando em Fevereiro de 2005, anunciou que seria substituído por D. Filomeno Vieira Dias.

D. Paulino Madeka sabe melhor do que ninguém como as coisas se agravaram na igreja católica de Cabinda desde que fez este anúncio. Missões abortadas, padres e bispos apedrejados, paróquias encerradas e uma igreja dividida. Pois bem, D. Paulino volta a Roma na próxima semana chamado pela cúria romana para tomar parte em consultas conducentes a uma solução para a crise que se vive na igreja católica em Cabinda.

Madeka deverá juntar-se a alguns padres de Cabinda que foram chamados ao Vaticano pelas mesmas razões.

A prioridade desta viagem será a restauração da unidade da igreja católica em Cabinda agravada desde 12 de Fevereiro de 2005, quando o bispo D. Paulino Madeka, reformado em 2004, anunciou que seria substituído por D. Filomeno Vieira Dias, até então bispo auxiliar de Luanda.

D. Filomeno Vieira Dias deveria tomar posse 3 meses depois, mas a resistência de alguns padres e fieis inviabilizou todo o processo.

Iniciativas da conferência episcopal tendente a porem fim à crise resultaram sempre num impasse, e em mais de uma ocasião fieis atiraram-se a bispos e padres. Num dos incidentes o administrador apostólico, Dom Eugénio Dal Corso teria sido atingido numa agressão a que foram associadas várias figuras da igreja católica entre os quais o padre Casimiro Congo. O processo corre os seus trâmites na justiça. Este e outros incidentes resultaram no encerramento durante mais de um mês, das paróquias do enclave.

A mais recente iniciativa de aproximação realizada no último domingo também fracassou. Uma missa de reconciliação convocada pela Comissão diocesana da Juventude e vocações, resultou na intervenção da polícia, na detenção de vários fieis, e na agressão a um dos correspondentes da Voz da América em Cabinda, o jornalista Fernando Lello.

Pelo meio, acusações de que a polícia teria sido chamada a intervir na catedral local, a pedido do novo vigário-geral da diocese de Cabinda, D. Milan Dernitchek que na véspera decidira pelo cancelamento da missa.

Entretanto o padre Milan fez circular uma carta na qual responde ao padre João Brito Mayamba ,alegado mentor de uma campanha contra ele . Milan pede ao padre Mayamba para que jamais repita que Cabinda não é terra para pois não está a dizer a verdade, mas sim, a mentir o povo.

A carta frisa contudo a irmandade com o padre Mayamba e convida-o a trabalhar para o bem da região. Vinca também o apego do vigário às posições da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), consubstanciadas na defesa de uma solução pacífica e legal para o caso de Cabinda.

XS
SM
MD
LG