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Não ao Genocídio em Darfur :Manifestações em Mais de Vinte Cidades Americanas


Milhares de americanos participaram, no domingo, em grandes manifestações um pouco por todos os EUA para mostrar a sua preocupação relativamente à vaga de violência a que se assiste na região sudanesa de Darfur. Estrelas de cinema, atletas de nomeada e políticos emprestaram a sua importância a este grande acontecimento.

O antigo capitão dos ”marines” Richard Steidle acabava de completar uma digressão pelos EUA destinada a chamar a atenção do público para a situação de violência em Darfur. Também ele usou da palavra perante uma multidão de muitos milhares de pessoas que se reuniram em frente ao edifício do Congresso dos EUA, na capital americana: ”Nós temos o poder, aqui na América, as pessoas têm o poder de se levantarem e de dizerem ”Genocídio, Nunca Mais”.”

Desde que os combates começaram em Darfur, entre os grupos rebeldes e os grupos de milícias árabes apoiadas pelo governo, mais de 180 mil pessoas foram mortas e mais de dois milhões ficaram sem casa. Os rebeldes, africanos negros de aldeias de tradição agrícola, acusam o governo sudanês, dominado por árabes, de discriminação e opressão.

Samantha Power, que escreve sobre genocídios, disse aos manifestantes reunidos no centro de Washington que a sua presença numerosa não só chama a atenção dos políticos americanos como é notada em Cartum, a capital do Sudão. Disse ela: ”O governo sudanês sabe que vocês estão a ver o que se passa. Esta é a primeira vez na história de um genocídio que o perpetrador enquanto tal sabe que tem a América a olhar sobre o seu ombro.”

Entre os que usaram da palavra, contou-se Elie Wiesel, o Prémio Nobel da Paz e sobrevivente do Holocausto. Wiesel relacionou as atrocidades cometidas em Darfur ao terrorismo e sublinhou os recentes comentários feitos pelo presidente iraniano Mahmoud Ahamidejad, que manifestou dúvidas sobre se o Holocausto teria existido.

Disse Wiesel: ”Estamos aqui porque, se nada fizermos, a Al Qaida e aquele que nega a existência do Holocausto, o infame presidente do Irão, Ahmadinejad, acaba por enviar terroristas para lá. Estamos aqui para mostrarmos a nossa compaixão e a nossa ira face aos líderes temerosos, complacentes ou incapazes de assumir riscos. Queremos que eles assumam riscos e que parem o massacre.”

As manifestações de domingo, que tiveram lugar em Washington e em 20 outras cidades americanas foram organizadas pela Coligação para Salvar Darfur, uma aliança de mais de cem organizações religiosas, humanitárias e defensoras dos Direitos Humanos.

Entretanto, a Secretária de Estado Condoleezza Rice disse à CNN que o presidente Bush ”tem um grande interesse pelo que se está a passar em Darfur”. O governo americano considerou oficialmente de genocídio o que se está a passar em Darfur e congelou os bens de quatro individualidades ligadas à violência naquela região sudanesa.

Rice disse que Washington tem vindo activamente a pressionar para que haja um acordo de paz e para que uma força de segurança internacional mais robusta seja enviada para Darfur. Mas, adiantou que os EUA não podem agir sozinhos: ”Necessitamos de mais ajuda por parte da comunidade internacional. Necessitamos da ajuda da China e da Rússia, países que eu penso necessitam de ver o que se passa ali e perguntarem o que podem fazer. E nós, francamente, necessitamos de nos assegurar de que a União Africana actue rapidamente para tirar vantagem do que lhe está a ser oferecido pela ONU e pela NATO:”

No fim deste ano, as forças de paz da ONU deverão assumir as funções até agora desempenhadas pelas forças da UA, muito embora a ONU tenha acusado o governo sudanês de estar a bloquear os esforços de transição.

Antes das manifestações nos EUA, a embaixada sudanesa tornou público um comunicado qualificando-as de ingénuas e com um objectivo errado. Na opinião da embaixada sudanesa, o apoio da opinião pública sudanesa enviará um sinal errado aos rebeldes sudaneses que lutam contra o governo.

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