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Sudão Como Fonte da Crise


Desde que a capital chadiana, Ndjamena, foi atacada por rebeldes na semana passada, o presidente Idrisse Deby tem por diversas ocasiões responsabilizado o Sudão de apoiar os rebeldes.

Numa entrevista na terça-feira a VOA, o presidente Deby recusou mesmo de chamar os atacantes de rebeldes. Eles são mercenários, disse. Deby afirmou que esses homens são pagos pelo Sudão, treinados no Sudão e foram ordenados pelo governo de Cartum para invadir o Chade.

Embora o presidente Deby olhe o Sudão como a fonte da crise, muitas pessoas em Ndjamena dizem que os problemas do país têm mais a ver com a agitação interna. Por alguma razão, os partidos da oposição chadiana estão a boicotar as eleições presidenciais marcadas para o dia três de Maio.

O presidente Deby rejeitou os críticos que dizem que ele está a usar o Sudão para diluir as disputas internas do Chade, incluindo uma crescente agitação interna causada por uma pobreza persistente, falta de democracia e alegada corrupção e má gestão da riqueza petrolífera do país.

Deby retirou as ameaças de expulsar refugiados do Sudão, mas afirmou que não pode mais garantir a sua segurança. Afirmou que não possui forças para enfrentar uma invasão de mercenários apoiados pelo Sudão e ao mesmo tempo fornecer segurança a mais de 200 mil refugiados no leste do Chade.

O presidente Deby quer que a comunidade internacional, especialmente os Estados Unidos, desempenhem um papel mais activo na resolução da crise em Darfur, que está também afectar o Chade.

“Em Fevereiro e Abril escrevi pessoalmente ao presidente Bush e a minha mensagem agora é a mesma: a superpotência deve intervir”, disse Deby.

O presidente do Sudão, Omar al-Bashir afirmou que o seu país não tem interesse em desestabilizar o vizinho Chade. Mas muitos observadores na região acreditam que o Sudão está a desempenhar um papel na agitação no Chade. Sublinham que o presidente Deby chegou ao poder através de um golpe de estado em 1990, à frente de um exército rebelde apoiado pelo Sudão.

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