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Bush Admite Ter Desclassificado Informações Secretas


O presidente George W. Bush reconheceu ter desclassificado informações secretas sobre o programa de armas do Iraque como parte de um esforço para contradizer os críticos da guerra no Iraque.

Pela primeira vez, Bush comentou em publicamente as declarações feitas por, na semana passada, de que ele tinha autorizado Lewis Scooter Libby, o antigo chefe de gabinete do vice presidente Dick Cheney a revelar partes de um relatório secreto elaborado pelos serviços de espionagem.

O presidente respondia a uma pergunta, após um discurso proferido aqui em Washington em que abordou a guerra contra o terrorismo . Foi perguntado a Bush porque é que ele tinha autorizado a revelação daquela informação secreta.

Disse o presidente: ”Eu queria que as pessoas pudessem ver em que é que as minhas declarações eram baseadas. E queria que as pessoas vissem a verdade e achei que fazia sentido assegurar que pudessem saber a verdade. Foi essa a razão porque autorizei a revelação do documento”.

Bush não comentou a alegação de Lewis Libby de que o presidente, através do vice presidente Dick Cheney, tinha autorizado a revelar a informação a jornalistas, afirmando não pode comentar sobre questões cujo processo ainda está investigadas a decorrer.

A decisão do presidente de falar sobre a questão pela primeira vez surge depois de vários congressistas, democratas e republicanos, terem pedido uma explicação sobre porque é que a informação secreta tinha sido revelada.

O senador republicano Arlen Specter falou à cadeia de televisão Fox News:”Tem que haver uma explicação detalhada sobre o que é que o vice presidente Cheney fez, o que é que o presidente lhe disse e uma explicação do presidente sobre o que é que disse, para que tudo isto possa ser avaliado”.

A revelação da informação foi feita, em 2003, numa altura em que a administração Bush estava a ser pressionada para justificar a invasão americana do Iraque, uma vez que armas de destruição em massa não tinham sido encontradas pelos inspectores internacionais.

Lewis Libby já testemunhou que o presidente Bush e o vice presidente Cheney o autorizaram a passar partes do relatório secreto com estimativas sobre as capacidades iraquianas como parte de um esforço para contrapôr as posições dos críticos, como era o caso do antigo embaixador Joseph Wilson.

Wilson acusou a administração Bush de ter distorcido as informações secretas sobre a existência de armas de destruição em massa no Iraque, antes do começo da guerra.

Wilson acusou também a Casa Branca de ter revelado a identidade da sua mulher, Valerie Plame, que era agente operacional da CIA, como parte de uma retaliação pelas suas declarações.

O procurador especial Patrick Fitzegeral, que está a investigar o caso ,acusou formalmente Libby de mentir aos investigadores sobre o seu papel na questão de Valerie Plame, o que Libby nega. O julgamento de Libby está marcado para o próximo ano.

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