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A Pior Crise no Mundo


O coordenador de ajuda humanitária das Nações Unidas Jan Egeland acusou terça-feira o governo sudanes de tentar ocultar o sofrimento de milhares de pessoas deslocadas e a deterioração da situação de segurança em Darfur.

Egeland disse a jornalistas em Nairobi que a sua presença em Darfur e em campos de refugiados no vizinho Chade, que não foi conseguida uma vez que o governo sudanes não o deixou sobrevoar Darfur, teria refocado a atenção internacional no que chamou de “a pior crise no mundo”.

Os Estados Unidos e outros altos funcionários da ONU condenaram também o governo sudanes por impedir a visita de Egeland.

Também na terça-feira, o governo sudanes ordenou ao Conselho Norueguês para os Refugiados para suspender imediatamente o seu trabalho humanitário na região.

David Mozersky, do Grupo de Crises Internacionais, informou que há varias semanas atras, o governo sudanes encerrou a actividade de uma outra agencia humanitária em Darfur.

Rabia Abdel Atti, acessor do Ministério da Informação e Comunicações do Sudão, disse a VOA pensar que o governo sudanes bloqueou a viagem de Egeland a Darfur por recear que o funcionário da ONU iria espalhar falsa informação sobre a região à comunidade internacional.

Atti disse que as negociações em curso na Nigéria entre o governo de Cartum e dois grupos rebeldes que operam em Darfur estão à beira de um grande sucesso e que a visita de Egeland iria ter uma influencia negativa sobre os rebeldes durante as conversações.

“A visita faria que os rebeldes deixassem de ser flexíveis nas negociações com o governo do Sudão e pensassem que talvez o governo fosse insistir em alguns pontos, contribuindo para que eles prolongassem as negociações.”

Atti afirmou que o governo sudanes não permitirá qualquer informação que não ajude a que as negociações sejam disseminadas e acrescentou que Cartum tem o direito de restringir Egeland ou quem quer que seja de sobrevoar o espaço aéreo sudanes.

O conflito em Darfur, que se prolonga há três anos, envolve dois grupos rebeldes, tropas governamentais e milícias alegadamente apoiadas por Cartum. As Nações Unidas calculam que já morreram cerca de 200 mil pessoas e que dois milhões de outras se encontram deslocadas.

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