Intervindo na sessão de abertura da cimeira antiterrorismo em Ancara, na Turquia, o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, considerou o terrorismo uma ameaça global, mas advertiu que os muçulmanos não devem ser encarados como terroristas.
O presidente Hamid Karzai é , por sinal um dos principais oradores da conferência de dois dias, organizada pelas forças armadas da Turquia.
O líder afegão apelou a uma audiência, onde se encontrava o primeiro ministro turco Recep Tayyp Erdogan e o presidente Ahmet Necdted Sezer a cooperarem no combate ao terrorismo. Sem essa cooperação, disse Karzai, o combate contra o terrorismo não terá resultados práticos.
Analistas defendem que as observações do líder afegão tiveram por alvo o Paquistão. Acredita-se que o líder da rede terrorista Al Kaida, Osama Bin Laden, esteja refugiado nas montanhas na fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão.
Funcionários afegãos têm-se , por outro lado, queixado do Paquistão, país vizinho que acusam de fazer muito pouco para evitar que grupos militantes islâmicos ligados a rede Al Kaida consigam infiltrar-se no Afeganistão.
No princípio da semana e durante conversações na capital paquistanesa, Islamabad, o chefe de estado maior dos fuzileiros americanos, o general Peter Pace instou o Paquistão a agir no sentido de evitar a infiltração de terroristas através da sua fronteira com o Afeganistão.
O general Pace, que também se encontra na capital da Turquia, devera intervir na conferência alusiva ao terrorismo. Aquela alta patente militar americana vai manter, por outro lado, conversações com as autoridades turcas e com o primeiro ministro Erdogan com quem debaterá os últimos desenvolvimentos no vizinho Iraque.
A Turquia deseja que os Estados Unidos reajam contra os rebeldes separatistas curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, baseado no norte do Iraque.
Aquele grupo, que consta na lista das organizações terroristas dos Estados Unidos, tem vindo a aumentar a frequência de ataques contra as forcas de segurança da Turquia.
Washington alega não poder abrir uma segunda frente contra os separatistas curdos, pelo menos enquanto os militares americanos tiverem que combater os rebeldes iraquianos na parte central e Sul do país.
De acordo com os analistas, a aparente indiferença dos Estados Unidos face as actividades dos rebeldes separatistas curdos, têm contribuído para um aumento do sentimento anti-americano na Turquia.