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Nos Próximos 30 Anos: A Rússia Irá Ter Uma  Maioria Muçulmana


Um destacado especialista em minorias étnicas na Federação Russa afirma que, nas próximas décadas, a Rússia se irá tornar num país com uma maioria muçulmana.

Paul Goble trabalhou durante 25 anos para o governo americano como perito em minorias da antiga União Soviética. Durante os últimos anos Gobel tem vindo a seguir de perto o que considera como uma alteração demográfica de grande importância na Rússia , uma alteração que segundo ele poderá ter um impacto de maior nas relações daquele país com o mundo ocidental: ” Durante a nossa geração a Federação Russa, partindo do principio de que mantém as suas fronteiras actuais será um país islâmico. Quer isso dizer que mais de metade da população será muçulmana . Mesmo antes disso acontecer o aumento do número de muçulmanos terá um profundo impacto na política externa russa. Já não é válido a suposição por parte dos Estados Unidos e da União Europeia de que Moscovo faz parte do concerto das nações europeias.”

Goble afirma que quando a União Soviética entrou em colapso, grande parte dos países europeus optaram por tentar influenciar a Rússia dentro de uma perspectiva europeia. Acrescenta, contudo, que os países muçulmanos consideraram o sucedido como uma ocasião para maior emigração para espalhar o Islamismo através do Caúcaso e nos novos países da Ásia Central: ” A taxa de crescimento dos muçulmanos desde 1989, situa-se entre os 40 a 50% dependendo dos grupos étnicos. Os números mais elevados verificam-se no Caúcaso ou na Ásia Central e Azerbaijão.”

Aquele perito em questões russas afirma que em 1991 existiam cerca de 300 mesquitas na Rússia. Actualmente esse número ronda as 8 mil. Cerca de metade delas foram construídas com doações provenientes da Turquia, Irão e Arábia saudita. O professor Goble refere ainda que o número de russos participando na peregrinação anual a Meca passou de 40 em 1991 para 13 mil e 500. Salientou também que há 15 anos atrás não havia escolas religiosas na Rússia. Actualmente existem entre 50 a 60 com cerca de 50 mil estudantes. Goble afirma que a crescente influência do islamismo na Rússia se traduziu por um aumento da discriminação: ”Ao nível popular estão a aumentar os preconceitos em relação aos muçulmanos. parte-se do principio de que é aceitável ter ideias pré-concebidas acerca dos muçulmanos e que essa atitude não tem consequências de maior.”

Goble argumenta que, se o governo russo continuar a apoiar uma política hostil em relação ao Islão assim como o prosseguimento da supressão dos militantes islâmicos na conturbada república da Chechénia, os islâmicos poderão chegar ao poder em Moscovo com uma atitude anti-ocidental , radical e perigosa. Aquele perito refere, no entanto, que se se encetar um diálogo aberto com os munçulmanos moderados e se isolar os elementos mais radicais poderá surgir um governo que não constitua uma ameaça para o Ocidente. De qualquer modo, conclui, não será de estranhar ver uma mesquita na Praça Vermelha dentro das próximas décadas.

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