A Casa Branca prepara-se para uma confrontação com o Congresso sobre a decisão de permitir uma companhia estatal dos Emiratos Árabes Unidos a administrar as operações comerciais marítimas em seis portos dos Estados Unidos.
Trata-se possivelmente da maior divergência até este momento envolvendo o presidente Bush, e os principais membros do seu próprio partido Republicano.
Envolve um contracto de operação de seis dos maiores portos norte americanos, cujos terminais tem sido administrados por uma empresa britânica, mas que está a ser vendida a Dubai Ports World.
Uma comissão de responsáveis de 12 agencias federais, procedeu a revisão das condições da venda e aprovou o acordo. O porta voz da Casa Branca, Scott McLellan afirmou que a totalidade dos membros do gabinete envolvidos tinham aceite a decisão, e que os críticos não compreendem o que foi acordado ...
‘Não se trata de controlar os nossos portos, não se trata da segurança dos nossos portos. Deixem-me que seja bem claro. Algo que nunca arrendaremos a ninguém é o controle e a segurança dos nossos portos ...’
McLellan sublinhou que a segurança permanece como a principal prioridade do presidente, embora tenha admitido que Bush não foi informado sobre a decisão de aprovar o acordo ate após a sua concretização.
Os críticos questionam a sensatez de atribuir a administração portuária a uma empresa estatal de um pais que reconheceu os Taleban, e que tem laços com alguns dos terroristas envolvidos nos ataques do 11 de setembro nos Estados Unidos.
O senador republicano Bill Frist, e o speaker da Câmara, Dennis Haster, alinharam com os principais democratas neste assunto, bem como os governadores republicanos de dois dos estados portuários, Nova Iorque e Maryland.
Enquanto os dirigentes republicanos centram-se no acordo firmado, os democratas falam de uma tradição de comportamento da administração Bush.
Joseph Biden, o principal democrata na Comissão Senatorial das Relações Exteriores, em declarações ao programa da cadeia de televisão ABC, Good Morning America ...
‘Trata-se de uma administração que recebeu uma nota negativa por parte da Comissão do 11 de setembro relativamente à segurança portuária, e que durante dois anos tentou reduzir os fundos para a segurança portuária. Por isso quando dizem para que tenhamos confiança neles, para não nos preocuparmos com a segurança ... a verdade é que não confiamos neles face ao passado ...’
Quando inquirido pelos jornalistas sobre as divisões entre o presidente e os membros do parlamento, McLellan afirmou que a Casa Branca deveria ter consultado mais cedo o Congresso.
Vários deputados sugerem a apresentação de legislação para bloquear a venda, tendo o presidente Bush afirmado que irá vetar qualquer medida nesse sentido.