Os Estados Unidos apelaram aos haitianos a respeitarem os resultados oficiais das eleições presidenciais do passado dia 8 de Fevereiro e a resolverem as disputas sem recurso a violência.
Da capital haitiana, Porto Príncipe chegam noticias de acções violentas, enquanto prossegue a contagem dos votos.
Os Estados Unidos que doaram aquele pais caribenho cerca de 30 milhões de dólares em apoio do processo eleitoral, surge preocupado ante ao risco da degradação da situação de violência no pais.
O apelo de Washington segue-se ao recrudescer da tensão social e política em redor dos resultados eleitorais, e particularmente ante a possibilidade do ex-presidente Rene Preval poder vir a conseguir mais de 50 por cento dos votos expressos nas urnas, evitando assim uma segunda volta do pleito eleitoral.
Noticias que nos chegam da região, dão conta que apoiantes de Rene Preval ergueram barricadas na capital e ocuparam parte do hotel, onde funciona a sede da comissão nacional de eleições, incidente do qual terá resultado um morto.
Num briefing a imprensa aqui na capital Washington, o porta voz do departamento de estado, Sean Maccormack não fez referencias especificas aos diferentes candidatos mas enfatizou ser crucial que todos os intervenientes no processo trabalhem conjuntamente e de forma pacifica, em prol dos interesses do pais.
‘Penso ser natural, dada a experiência passada do Haiti em eleições, e francamente com a violência de que temos sido testemunhas nos últimos anos, realçar neste momento, antes dos resultados das eleições serem anunciados, a obrigação de todos respeitarem os resultados, sem recurso a violência e que respeitem as diferenças políticas de cada um... nos casos onde prevalecerem as diferenças políticas, que trabalhem em conjunto através do dialogo mas sem violência.'
Recorde-se que as eleições haitianas sofreram alguns atrasos devido em parte a dificuldades de ordem logística e tiveram por propósito a escolha de um novo governo, que substitua o governo interino que assumiu o poder na sequência do derrube do poder do presidente Jean Bertrand Aristides há precisamente dois anos.
Os diplomatas são unanimes em admitir que só com a eleição de um governo de base popular alargada e com mandato para evitar situações de turbulência política e o continuo descalabro da economia do pais, poder-se-ia resgatar da pobreza, aquela nação caribenha.
A secretaria de estado americana, Condoleeza Rice e o secretario geral das Nações Unidas, Koffi Annan debateram a situação no Haiti, entre outras questões ontem durante um almoço... e de acordo com o porta voz do departamento de estado, Sean MaCormack ambos apelaram a preservação de um ambiente de acalmia.
No Haiti encontra-se uma força de paz, de sete mil homens liderada pelo Brasil e que tem por missão a manutenção da ordem.