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O relacionamento entre Timor Leste e a Indonésia azedou


O relacionamento, normalmente bom entre Timor Leste e a Indonésia, azedou após a conclusão de um relatório detalhando atrocidades cometidas em Timor Leste durante o regime Indonésio.

As novas tensões entre a Indonésia e Timor Leste tornaram-se evidentes após o presidente indonésio Susilo Bambang Yudhoyono ter cancelado um encontro com o seu homologo timorense, Xanana Gusmão.

O cancelamento da reunião, que deveria ter ocorrido a semana passada, ocorreu poucos dias depois do presidente Gusmão ter apresentado um relatório altamente critico da Indonésia ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O relatório sustenta que a Indonésia foi responsável pelas mortes de cerca de 180 mil timorenses durante a ocupação que se registou entre 195 e 1999. O documento foi elaborado pela Comissão para a Verdade e a Reconciliação em Timor Leste, que é financiada por nações doadoras.

Muitas das mortes , sublinha o documento, foram resultado da fome e doença provocadas pelas políticas da Indonésia. Sustenta igualmente que a Indonésia utilizou naplam, tortura, e abuso sexual contra os apoiantes da independência.

Jacarta desmente as acusações.

A Indonésia indicou que o encontro irá ocorrer em breve e que o cancelamento se ficou a dever a conflitos de calendário.

O porta voz do ministério dos estrangeiros, Yuri Thamrin indicou que Jacarta está confiante em que o encontro irá repor o relacionamento, embora ainda não haja data marcada. Segundo ele, as perspectivas de Timor Leste e da Indonésia sobre o passado ... são diferentes.

‘Estamos optimistas que como vizinhos estamos determinados em solidificar, reforçar o nosso relacionamento bilateral. A determinação existe até mesmo ao mais alto nível. O relatório constitui a versão de Timor Leste’.

As milícias pró Jacarta – muitas apoiadas pelos militares indonésios – mataram pelo menos um milhar de pessoas após Timor Leste ter votado pela independência em 1999.

Asmara Nababan, director do Instituto para o Estudo dos Direitos Humanos e a Democracia, em Jacarta, refere que o relacionamento entre as duas nações irá melhorar com o passar dos tempos.

Segundo ele os dirigentes dos dois países desejam um bom relacionamento por razoes de segurança e económicas, mas os radicais no sector militar indonésio continuam relutantes em melhorar o relacionamento com Timor Leste.

‘Veremos, sustenta, se a influencia dos radicais diminuir, e então existirá possibilidade de os dois países procurarem a justiça ... presentemente os militares, antigos chefes de estado maior, generais de 98 e 99 que estão envolvidos nas atrocidades ... ainda tem influencia no seio do governo.’

A Indonésia e Timor Leste efectuaram julgamentos sobre os actos de violência que rodeou o voto pela independência.

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