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Mexidas Profundas na Diplomacia Americana


A Secretaria de Estado americana Condoleza Rice continua empenhada na reforma profunda e na reorganização do aparato funcional da diplomacia externa americana.

Para o efeito vários novos postos diplomáticos no exterior vão ser criados, no quadro de uma reforma que se pretende profunda e abrangente, cujos primeiros resultados já são do domínio público.

A Secretaria de Estado Condoleeza Rice que chegou a pensar na integração da independente Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, a USAID, no Departamento de Estado, acabou por preferir atribuir ao novo chefe daquela agencia o titulo de director da Assistência Internacional dos Estados Unidos, com um gabinete afecto ao Departamento de Estado, isto aparentemente no quadro de um esforço que visa por fim ao que tem sido considerado de ausência total de uma estrutura de responsabilização perante os cerca de 20 mil milhões de dólares americanos aplicados nos esforços de ajuda internacional.

Estas remodelações foram anunciadas pela Secretaria de Estado, no quadro da segunda fase de uma profunda reestruturação do conjunto das instituições diplomáticas americanas, em função da qual pretende-se a re-orientação da diplomacia americana, com ênfase para uma diplomacia mais virada para a construção e conquista de mercados económicos.

Para o efeito, Rice nomeou um antigo destacado executivo empresarial e chefe do programa global da administração do presidente George Bush, de combate a SIDA no mundo, Randall Tobias, como novo director, um cargo equiparado a categoria de assistente do secretario de estado.

De acordo com Condoleeza Rice, essas mexidas têm por propósito a criação de uma estrutura de liderança nos esforços de ajuda internacional dos Estados Unidos, mais unificada e racional, competências até recentemente distribuidas pelas diversas agencias americanas, para alem do departamento de estado e da Agencia dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, a USAID.

“ A nossa ajuda internacional deve servir para ajudar as pessoas a conseguirem resultados práticos. Os recursos que aplicamos devem capacitar os países em vias de desenvolvimento a reforçarem a sua segurança, a consolidarem a democracia, a incrementar o comercio e o investimento e a melhorar a qualidade de vida das pessoas. A ajuda externa americana deve igualmente promover a ideia de uma soberania responsável e não a da uma dependência permanente.”- conclui Rice.

Nos corredores da casa da diplomacia externa americana, chegaram a circular rumores de que Condoleeza Rice teria manifestado um certo interesse em diluir a USAID, uma agencia governamental com uma longa tradição de independência desde a sua criação em 1961, na estrutura central do departamento de estado.

Para já uma iniciativa que requereria no mínimo a aprovação de uma legislação para o efeito e um inevitável braço de ferro com acérrimos apoiantes da ate então natureza daquela agencia de assistência ao desenvolvimento internacional, no seio do congresso dos Estados Unidos.

A mexida profunda da estrutura da cooperação internacional americana surge precisamente um dia depois de Condoleeza Rice ter anunciado a recuperação e colocação de antigos diplomatas do tempo da guerra fria na Europa, em países em vias de desenvolvimento e potências emergentes na Ásia.

Rice relembra a este propósito que a medida significa, na prática, a institucionalização de novos padrões de exigência, quer em termos de formação e de carreira diplomática quer em termos linguisticos aos mais seis mil e quatrocentos membros do corpo diplomático dos Estados Unidos.

“ Estamos a enviar o nosso pessoal para cidades, países e regiões onde são necessários. Estamos a transferir os nossos diplomatas da Europa e de Washington para países considerados críticos, que são os casos da China , da Índia, da África do Sul e da Indonésia. Estamos a administrar mais treino e preparação em línguas estrangeiras aos nossos diplomatas para que se engajem mais facilmente com os povos estrangeiros. E estamos ainda a potenciar os nossos diplomatas a trabalharem mais em parceria com os outros operacionais dos Estados Unidos no exterior” - frisou a Condoleeza Rice.

A chefe da diplomacia externa americana advertiu por outro lado que os diplomatas não podem doravante, aguardar por promoções a patamares superiores da carreira, a menos que tenham servido o pais em postos mundiais considerados difíceis e de risco e que dominem pelo menos duas línguas estrangeiras.

Cerca de cem postos diplomáticos em Washington e na Europa vão ser imediatamente transferidos para novas embaixadas em países considerados prioritários e de acordo com funcionários governamentais mais de duas mil posições serão directamente afectadas pelas reformas profundas já em fase de implementação no Departamento de Estado americano.

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