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Empresa Australiana pagou milhões de dólares  a Saddam


O governo australiano iniciou um inquérito oficial sobre se o exportador que detém o monopólio da exportação do trigo do país efectuou pagamentos ilegais ao antigo regime iraquiano de Saddam Hussein. Advogados envolvidos no inquérito alegaram que a referida companhia pagou centenas de milhões de dólares em subornos ao antigo presidente e enganaram a ONU quanto aos pagamentos.

Os pagamentos foram feitos ao abrigo do agora denunciado como corrupto programa da ONU de troca de petróleo por alimentos. Os advogados que estão a efectuar o inquérito reivindicam que a associação regulamentadora do trigo da Austrália sabia que milhões de dólares haviam sido ostensivamente pagos para serviços de transporte, dinheiro que acabou nas mãos do antigo governo iraquiano.

O inquérito concluiu na segunda-feira que o que se passou constitui uma violação das sanções da ONU impostas ao Iraque.

Aquela organização australiana vinha constantemente a negar que aquelas tarifas de transporte, que eram pagas a uma firma jordaniana, acabavam nas mãos de Saddam Hussein. Aquela empresa negou ter violado qualquer lei, insistindo ter sido enganada pelas autoridades iraquianas.

O advogado John Agius rejeitou aquela argumentação e insiste que a liderança da comissão regulamentadora do trigo australiano sabia que estava a pagar subornos.Disse ele:´´ As tarifas de transporte era um método para transferir fundos para o Iraque e a Comissão, ao mais alto nível da gerência, concordaram em usar as tarifas de transporte para esse fim´´.

O exportador do trigo australiano era o maior fornecedor de bens humanitários ao Iraque, ao abrigo do programa de troca de alimentos por petróleo, enviando milhões de toneladas de trigo, entre 1996 e a invasão liderada pelos EUA, que teve lugar em 2003.

O Iraque estava submetido a sanções internacionais depois da invasão do Iraque em 1990, estando proibidas todas as relações comerciais normais com o Iraque.

Uma das revelações deste inquérito refere que foram feitos pagamentos ilegais no valor 220 milhões de dólares, a pretexto de estar a financiar operações de transporte.

Caso estas acusações venham a ser comprovadas, os responsáveis pela empresa poderão se apresentados em tribunal para serem julgados.
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