No Quénia, os organizadores da campanha para derrotar a proposta de constituição patrocinada pelo governo num recente referendo, indicaram que vão continuar a realizar comícios, apesar da proibição emitida pelo vice-presidente.
Um responsável da oposição, William Ruto afirmou a Voz da América, que o anuncio de domingo à noite proibindo os comícios constitui, nas suas palavras “sem consequências e ilegal”
‘O que Moody Awori está a fazer constitui governar por decreto, o que não ocorre num país democrático como o nosso. Qual foi a lei em que se baseou para cancelar os nossos comícios ? Que artigo da Constituição lhe permite assumir poderes para o autorizar a cancelar um comício ?’
A declaração de Awori ocorreu um dia após os organizadores da campanha contra terem organizado um encontro de oração em Nairobi, para dar graças pelo resultado do referendo de 21 de Novembro.
Denominado de movimento laranja, devido à cor que veio a simbolizar o ’Não’ dos apoiantes, Ruto e os seus colegas apelaram para a realização de eleições imediatas.
O movimento laranja sustenta que a rejeição da proposta de constituição patrocinada pelo governo significa que os quenianos manifestaram igualmente um voto de desconfiança no executivo.
Na declaração Awori afirmou que o objectivo do referendo era o de decidir sobre a constituição e não tinha nada a ver com a avaliação popular do governo.
Awori precisou que o executivo não tem intenção de convocar eleições nesta altura, e alertou os quenianos par se manterem afastados de qualquer comício laranja.
‘O governo considera inapropriado os apelos a realização de comícios a escala nacional, bem como uma ameaça a segurança nacional. O governo não ira permitir os comícios ...’
O dirigente oposicionista Ruto sublinhou que os planos para encontros de acção de graças semelhantes ao de sábado passado decorrem um pouco por toda a parte.
As declarações do vice-presidente seguem-se a uma semana intensamente política no Quénia, após a derrota, o presidente Mwai Kibaki demitiu a totalidade do gabinete, e suspendeu, indefinidamente, o parlamento.