As previsões estão contidas no Relatório sobre Perspectivas Económicas Globais do Banco Mundial para 2006, divulgado em Washington.
De acordo com o veterano economista do Banco Mundial, Anthony Burns, o crescimento económico nos países em vias de desenvolvimento terá uma média este ano de 5,9 por cento, um declínio de quase um por cento em relação a 2004, que foi de 6,8 por cento.
Burns afirmou numa conferencia de imprensa em Londres que a previsão para 2006 é de um crescimento de 5,7 por cento nas economias emergentes do mundo e responsabilizou muito desse abrandamento à subida dos preços do petróleo.
“Estamos preocupados de que o fardo dos preços do petróleo seja apenas o inicio do que vamos sentir agora e em 2006. Os países mais vulneráveis terão de reduzir as suas importações não - petrolíferas para poderem pagar os preços mais altos do petróleo e isso significa uma redução na procura interna e em geral isso atinge as pessoas mais pobres que vivem nesses países.
Em termos das pessoas mais pobres do mundo – aquelas que vivem com menos de um dólar por dia – Burns afirma que na sua maioria são africanos, e que a direcção irá piorar.
“Em 2015 previmos que mais de metade das pessoas mais pobres do mundo estejam a viver em África. E apesar do facto de que a incidência da pobreza ir declinar em África dos actuais 46 por cento para cerca de 38 por cento em 2015, pensamos que o numero absoluto de pessoas a viverem nesse nível de pobreza (menos de um dólar por dia) irá aumentar devido a rápido crescimento da população.”, disse o economista.
Uma outra secção do relatório do Banco Mundial foca sobre os benefícios e problemas associados com a imigração e o impacto das remessas que os emigrantes oriundos de países pobres enviam para os seus familiares.
O relatório indica que as remessas dos emigrantes representam actualmente centenas de biliões de dólares e que tem um grande efeito sobre a economia mundial.
O relatório do Banco Mundial afirma também que os países em vias de desenvolvimento devem concentrar-se na criação de melhores empregos públicos e mais institutos de investigação e desenvolvimento para por cobro ao que chama de “fuga de cérebros” com graus universitários.