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Cerca de 10 milhões de pessoas, em seis nações da África Austral


O programa alimentar mundial, PAM revelou que cerca de 10 milhões de pessoas, em seis nações da África Austral fazem de momento face a pior crise alimentar de sempre na região.

Perante este cenário, o PAM reiterou em Genebra, Suíça, o seu apelo no sentido de mais ajuda financeira aos programas e de assistência alimentar, por forma a evitar que milhões de africanos passem fome.

De acordo com aquela agencia da ONU, serão necessários para os próximos seis meses, 157 milhões de dólares para os programas de assistência alimentar aos nove ponto sete milhões de potenciais vitimas da fome naquela região de África .

A situação assume proporção alarmante em países tais como o Zimbabwe, onde quatro ponto três milhões de pessoas enfrentam o espectro da fome. Em Moçambique, Malawi, Zâmbia, Lesoto e Suazilandia, o PAM revela que o problema da fome deixou de ser iminente.

O director regional do PAM para a África Austral, Mike Sackett disse que muitas pessoas nas comunidades rurais estão a viver apenas com o que conseguem para a sobrevivência diária, nomeadamente frutos selvagens sem qualquer valor nutricional.

Sackett adverte inclusive que muitos desses frutos, são perigosos, quando ingeridos em quantidades exageradas.

‘Algumas pessoas inclusive já morreram. Temos noticias de pessoas que não tiveram outro recurso, senão alimentarem-se de tubérculos venenosos... e ouvimos até falar de mortes do género entre algumas famílias. Temos também que reconhecer que nesses seis países, segundo as nossas estimativas, quinhentas mil pessoas morrem por ano, vitimas da Sida.’

Mike Sackett realça ainda que as pessoas infectadas com o vírus HIV Sida são mais vulneráveis a fome e demais doenças.

A região austral do continente africano enfrenta o quarto ano consecutivo de uma grande crise alimentar, exacerbado pela situação de pobreza gritante e pelos mais altos índices de casos de Sida no mundo.

De acordo com as estatísticas, a esperança de vida numa serie de países da região, decaiu dos 50 anos da década de setenta, para os 35 nos tempos actuais.

Para Mike Sacket, director do PAM para a África Austral, a própria situação de subnutrição entre as crianças no Malawi tem estado a aumentar, atingindo níveis alarmantes.

‘Até a data, não temos números particularmente alarmantes. Não podemos dizer que X por cento das crianças estão subnutridas. Estamos sim a presenciar os primeiros sinais de um aumento de crianças que chegam aos centros de reabilitação nutritiva. Em Agosto ultimo, o numero de crianças que procuraram esses centros era 30 por cento mais alto do que no ano 2004. Portanto, esse e um claro indicador do aumento da situação de subnutrição entre as crianças da região.’

Para aquele funcionário do PAM a menos que os doadores internacionais concedam pacotes de ajuda financeira de emergência aos programas de assistência alimentar, muitas pessoas não conseguirão receber auxilio alimentar a tempo de se livrarem da crise alimentar.

Mike Sackett observou ainda que os Estados Unidos são o maior doador a organização, com mais de 104 milhões de dólares ao ano, comparado com os 64 milhões doados pela União Europeia.

Sacket revela entretanto que não foram solicitados fundos aos países ricos em petróleo, mesmo ante a alta recorde do preço do petróleo nos mercados mundiais.

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