No Senegal o presidente Wade enfrenta os protestos da oposição por ter sugerido o adiamento das próximas eleições, para poder despender os fundos previstos para o sufrágio, no combate as cheias que assolaram a capital, Dakar . Isto acontece na sequência da controversa detenção de um antigo primeiro ministro.
Responsáveis oposicionistas acusam Wade de tentar adiar o sufrágio legislativo do próximo ano para o combinar com a votação presidencial de 2007, a fim de mais facilmente poder viciar os dois processos eleitorais.
Os mesmos dirigentes sustentam que o chefe de Estado não possui popularidade e esta a utilizar todos os meios ao seu dispor para suprimir os seus opositores e poder recuperar a popularidade.
Wade considera que os milhões de dólares destinados ao sufrágio de 2006 devem ser utilizados para re alojar os habitantes dos bairros de lata das zonas baixas recentemente inundados por fortes chuvadas. Segundo ele, nestas circunstancias faz mais sentido combinar as eleições e poupar dinheiro, apesar dos dirigentes da oposição sustentarem que tal vai prejudicar a democracia senegalesa.
Wade precisa que as motivações do governo devem ser vistas como destinadas em face de uma inesperada catástrofe, tendo os residentes indicado que as chuvas desta longa estação foram as de maior intensidade das ultimas duas décadas.
Oumar Gaye, um jornalista sediado em Dakar, sustenta que a proposta de Wade para adiar as legislativas por razoes humanitárias constitui uma medida astuta, mas que pode ter os efeitos contrários.
‘Coloca a oposição em trabalhos por que se disserem NÃO, ... as populações podem ficar furiosas, pois não percebem o que esta por detrás ... trata-se de política, e o presidente Wade está a tirar vantagem da situação.’
A proposta que necessita de ter a aprovação do parlamento senegales, tem sido abafada pela outro protesto da oposição relativa a detenção do antigo primeiro ministro Idrissa Seck.
Seck considera estar a ser vitima de uma vingança política, enfrenta julgamento por um tribunal especial por alegada apropriação de fundos e por em risco a segurança do Estado.
Gaye refere que Wade poderá estar, igualmente, a tentar desviar as atenções deste caso.
‘Idrissa continua na cadeia, tem sido esquecido por que já não se fala dele. Dentro de dois ou três dias voltará a falar-se ...’
Wade venceu o sufrágio de 2000 pondo termo a 40 anos de primado do Partido Socialista, mas o mandato tem sido marcado pela crescente acusação de opositores políticos, incluindo detenções e ataques nocturnos não explicáveis, bem como deserções no partido Democrata, no poder.