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Guterres Defende Refugiados Africanos


Alto Comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres, afirma-se surpreendido pela forma como os refugiados são usados como bode expiatórios e manchados com a questão do terrorismo. Guterres afirmou-se preocupado com o que vê como confusão entre a opinião pública que levou a que refugiados e os que procuram asilo sofram em resultado das legítimas preocupações de segurança e da necessidade de combater o terror.

O novo responsável pelos refugiados descreve o terrorismo como uma grave ameaça global que tem que ser combatida. Mas, diz que a única forma de derrotar o terrorismo é promover a democracia e proteger os direitos humanos.

Disse Guterres:´´Os refugiados não são terroristas. Os refugiados são muitas vezes eles mesmos vítimas do terror. Sejamos francos, se alguém quiser ser terrorista e atacar em alguma parte do mundo, a forma mais estúpida de o fazer seria entrar num país à procura ali de asilo. Em muitas situações, acabar-se-ia na prisão. Porque há sempre um grande escrutínio, e se alguém quiser ser eficaz como terrorista, é preciso actuar-se de forma anónima.´´

O Alto Comissário afirma-se, também, preocupado com o número crescente de países europeus que fecham as suas portas a refugiados legítimos, colocando assim a vida daqueles em risco. Acrescentou Guterres que está ainda preocupado de que alguns países em África voltem as suas costas aos que procuram asilo.

Guterres elogiou por outro lado África, o continente mais pobre do mundo, pela sua generosidade de longa data para com os refugiados. Mas, advertiu, há vários incidentes que tiveram lugar e que são motivo de preocupação:´´Alguns (desses incidentes) obrigaram-nos a condenar em termos enérgicos. E continuamos muito preocupados por existirem, em África, situações de repatriação forçada, de ao se recusar asilo, os que procuram asilo serem obrigados a regressar ao seu país de origem, esquecendo preocupações com a sua segurança.´

No mês passado, o governo do Burundi forçou a deportação de cerca de cinco mil ruandeses que procuravam asilo. Os ruandeses começaram a fugir do Burundi em Março, citando medo e ameaças devido à realização dos julgamentos por genocídio.

António Guterres diz que os países ricos deveriam apoiar África, que sofre a maior parte do peso dos refugiados. As operações em África, acrescentou Guterres, sofrem geralmente de falta de financiamento. Como consequência não se podem responder a questões de segurança, por exemplo, na província sudanesa de Darfur, da mesma forma como estão em perigo operações de repatriamento no sul do Sudão, Burundi e noutras partes de África.

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