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África Sudânica na História do Continente Africano


A África Sudânica na História do Continente Africano.

O cristianismo monofisita - nestoriano floresceu na Nubia do Vale do Nilo até que o vieram surpreender as hostes maometanas na segunda parte do século sétimo sem, no entanto, ter podido conquistá-lo senão a golpes paulatinos durante três séculos não de luta aberta, mas lenta acompanhada pela trata esclavagista até a conquista final.

Longinos, o Bispo monofisita de Alexandria introduzira o cristianismo desta denominação na Nubia, pouco depois da grande convulsão dogmática trazida pelo primeiro Concilio Ecuménico cristão de Niceia - em 325 - que versara sobre a natureza de Cristo, Deus-Homem, as duas coisas juntas numa pessoa de que maneira ? e uma série doutras perguntas a que tentaram responder os teólogos cristãos neste e pouco depois, em outros concílios, muito particularmente no de Efeso - de 431 - aquele que debateu a relação entre o Deus –Homem, proclamado em Niceia, e a Sua Mãe, Mãe de Deus, ou Mãe de Cristo-Homem ?

Doutrinas que tiveram seus hereges e heresiarcas,seus negadores, como se diziam, que trouxeram o nestorianismo à capital intelectual do Egipto grego Alexandria, discípulos que tinham sido do Patriarca de Constantinopla, Nestório, heresiarca da doutrina de Cristo Homem-Deus, que considerou a relação Mãe-e-Filho nesta mesma lógica, afirmando que a Mãe de Cristo, não era mais do isso, Mãe de Cristo, não Mãe de Deus.

O Monofisitismo prosperou na Nubia, teve seus missionários, a sua hierarquia, Longinos, o primeiro e mais outros bispos, teve também suas catedrais - a de Faras - ao norte da segunda catarata a mais famosa delas, não só, mas também a de Dongola mais ao sul.

Os Nubios não apenas se cristianizaram, mas ainda passaram a fazer parte da civilização helénica dominante no Mediterrâneo do tempo recordarem-se os ouvintes a caminhada desta mesma religião missionaria, o cristianismo, no século vinte em África, e noutras zonas do mundo, onde muitas vezes se confundia mais com a cultura europeizante dos seus missionários, do que mais propriamente com a religião dos Papas de Roma.

Faras tornara-se desde logo na sede metropolitana do cristianismo monofisita do Vale do Nilo, os seus arcebispos nimbavam-se de Eparcas da Nubia, até os monarcas na África Sudânica na História do Continente Africano.

Nubios levavam nomes à grega - Merkurios, Kyrilos, Stephanos, Philotheos, tudo assim quanto mais não podia ser. Foi o apogeu, a idade de ouro do cristianismo nubio, englobando não apenas os nubios do vale, mas convertendo ainda os saharianos do oeste, os shiluques do Nilo Branco, ao sul, os cushitas do leste, Bejas e Somális, povos da fronteira oeste dos Axumitas do Planalto Etíope, das margens do Mar Vermelho.

Para dizer a verdade, tanto os Etíopes, como estes Nobades do Nilo tinham recebido a mesma forma de cristianismo monofisita por vias diferentes de acesso - Constantinopla aqueles, Alexandria estes. Quanto a Alexandria, esta sede da cultura grega desde sempre se tornara metrópole religiosa aonde os lideres dos dois
cristianismos nubio e etíope iam convalidar as suas credenciais religiosas.

O monofisitimo do Vale do Nilo se tornara além disso factor de união entre os três reinos existentes na região, Nobatia, Macuria e Alodia, reinos sobre os quais teremos sobeja conversa em contextos apropriados. De momento fica para indicar que
foi nesta fase de expansionismo florescente que o Islão veio encontrar o cristianismo nubio do Vale do Nilo que todavia tão enraizado que já era não sucumbiu senão a golpes paulatinos e metódicos acompanhados pela trata esclavagista dos comerciantes do norte, Cairo já então, mas Alexandria também. Porquê ?! Diremos mais.Voltaremos.

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