Dois soldados ugandeses das forças da União Africana na Somália (AMISOM) foram hoje condenados à morte e três outros a 39 anos de prisão pelo assassinato de civis na região do Baixo Shabelle na Somália.
Um tribunal militar ugandês que efectuou o julgamento na capital somáli, Mogadishu, considerou os dois soldados culpados de intencionalmente matarem os civis em Golweyene num incidente no passado dia 10 de Agosto que provocou manifestações contra as forças da União Africana.
O incidente ocorreu quando forças militares que patrulhavam a estrada entre Beldamin e Golwey abriram fogo sobre civis numa propriedade agrícola a cerca de 120 quilómetros da capital somáli.
Familiares das vítimas e testemunhas oculares disseram que os soldados colocaram depois os corpos de algumas vitimas sobre explosivos que depois detonaram, provocando manifestações contra as forças da AMISOM
O mês passado a AMISOM admitiu que as suas forças de manutenção da paz tinham morto sete civis durante um tiroteio com rebeldes islâmicos da Al-Shabab.
O julgamento iniciou-se no passado dia 5 de Outubro e familiares das vítimas assistiram às audiências e estiveram hoje presentes à leitura das sentenças.
Um porta voz dos familiares mortos, Hussein Osman Wasuge, disse estar satisfeito com o veredicto do tribunal militar acescentando que os familiares esperam agora receber indemnizações.
O ministro da Justiça da Somália, Abdulkadir Mohamed Nur, disse que a sentença é “uma lição para a AMISOM de que nenhum dos seus soldados pode matar civis somális com impunidade”.
Os soldados ugandeses da AMISOM estão estacionados na capital somália e na região do Baixo Shabelle onde são alvo de frequentes ataques e emboscadas dos rebeldes da Al- Shabab.