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Parlamento espanhol poderá investigar vendas à polícia angolana


Dezenas de milhões de dólares desapareceram. General angolano entre os que terão recebido fundos

Em Espanha estão a aumentar as pressões para que o parlamento investigue o escândalo de corrupção na venda de armas a Angola, em que um conhecido general do país africano esteve alegadamente envolvido.

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A imprensa espanhola diz que parlamentares socialistas querem que a assembleia forme uma comissão especial para investigar as actividades da companhia DEFEX que alegadamente sobrefacturou o governo angolano em mais de 100 milhões de dólares para a venda de armas e material à policia nacional.

O ministro do interior espanhol, Jorge Fernandez Diaz, recusou-se, recentemente, a responder a perguntas de deputados da Esquerda Unida sobre o caso, porque os dados tributários da companhia estão protegidos pela lei e que as investigações à alegada corrupção estão neste momento sob sigilo da justiça.

Fontes parlamentares espanholas disseram ser pouco provável que a assembleia concorde numa comissão de investigação antes das férias de verão e que depois disso a assembleia irá preparar-se para as eleições gerais.

Sabe-se, no entanto, que as autoridades judiciais decidiram alargar as investigações que resultaram na prisão de varias personalidades ligadas à companhia e ainda de uma advogada, Beatriz Garcia, que a partir do Luxemburgo criou alegadamente companhias e abriu contas em diversas partes do mundo para receber os fundos desviados.

Segundo os dados anteriormente divulgados em tribunal, duas companhias espanholas, Defex e Comercial Cueto 92, formaram o que na legislação comercial espanhola é conhecido como uma Union Temporal de Empresas(UTE), que em 2008 firmou um contracto com Angola para o fornecimento de equipamento policial no valor de cerca 207 milhões de dólares.

Os dados revelados na audiência indicam que cerca de 56 milhões de dólares (41,4 milhões de Euros) foram transferidos para um banco do Luxemburgo sem razão comercial ou actividade comercial justificativa. Os acusados terão falsificado facturas e outros documentos para tentar “lavar” os fundos.

Como beneficiários desses fundos figuram os acusados espanhóis e “familiares de funcionários públicos da Republica de Angola”.

A acusação afirma que os detidos “se concertaram com funcionários angolanos para através do contracto de entrega de material à polícia levar a cabo uma apropriação patrimonial ocultada desviada para o estrangeiro mediante um complexo esquema de sociedades em paraísos fiscais”.

Foi também já revelado em tribunal que uma das pessoas que terá alegadamente recebido fundos desse negocio é o general Armando da Cruz Neto, que foi embaixador angolano em Espanha, entre 2003 e 2008, e mais tarde governador de Benguela.

A polícia angolana confirmou anteriormente a compra de equipamento a Espanha.

As autoridades judiciais espanholas ordenaram entretanto investigações a outros negócios de corrupção da DEFEX envolvendo outros países africanos e do Médio Oriente.

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