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Quénia: ciêntistas definem nova estratégia de combate a malária


Voos de mosquitos vão ajudar os investigadores na luta contra o Paludismo
Voos de mosquitos vão ajudar os investigadores na luta contra o Paludismo

Estudos comprovaram que os mosquitos voam no sentido contrário do vento e especialistas admitem que a descoberta vai permitir o combate

A Organização Mundial da Saúde estima que cerca da metade da população mundial corre o risco da malária. A doença transmitida através de picadas de mosquitos afecta 250 milhões de pessoas todos os anos, e a morte de pelo menos um milhão delas, na sua maioria na África subsaariana.

E numa altura em que tornou-se possível a redução do índice da mortalidade da malária através de mosquiteiros impregnados e de terapias, Rosanne Skirble da VOA reporta que um novo método de prevenção deverá incidir-se sobre o vento.

Uma equipa de cientistas que estuda as estirpes da malária em zonas rurais no Quénia revelou que apesar da redução gradual da doença na região, persistem focos da enfermidade. Os pesquisadores entre eles o epidemiologista David Smith da Escola Publica Bloomberg sobre a Saúde em Baltimore no Estado do Maryland, decidiram examinar os lugares de incubação da larvas de mosquitos em relação com as zonas mais afectadas pela doença.

O resultado das pesquisas foi publicado na revista The Nature Comunications.

“Nesse estudo, o que fizemos foi pesquisar os habitats aquáticos dos mosquitos e os habitats humanos, e tentamos descobrir se havia alguma relação em torno desses agrupamentos, o que na verdade existia. Mas enquanto fomos avançando nas pesquisas descobrimos que havia uma inter-relação entre a direcção do vento e a localização das pessoas que se encontram nas chamadas zonas de risco.”

David Smith adianta que embora os mosquitos não sejam bons voadores, são orientados pelo cheiro humano que neste caso é a sua presa.

“E portanto chegamos a estabelecer hipóteses, segundo as quais os cheiros circulam através do vento, e que os mosquitos na verdade seguem a direcção contrária do vento até encontrarem as fontes dos odores. Também descobrimos que os locais de alto risco eram onde haviam um alto nível de habitats de larvas de mosquitos.”

David Smith e a sua equipa de pesquisadores analisaram 642 crianças nas aldeias do Quénia depois da estação da chuva, o período de maior prevalência da malária. Janet Midega é médica e entomologista no Instituto queniano de Pequisas Médicas e co-autor desse estudo. Ela afirma que os cientistas compararam os casos da malária com base em dados recolhidos em zonas onde haviam poços de águas estagnadas.

“O que descobrimos foi vários poços de água com larvas de mosquitos, e recolhemos as amostras dessas águas. Marcamos esses mosquitos e os identificámos como espécies responsáveis pela transmissão da malária na zona.”

O estudo concluiu também que quanto menor for a distancia em relação a esses poços de águas estagnadas maior será a prevalência da malária. O co-autor do estudo David Smith diz que o factor vento tem também influência, já que conduz os mosquitos a partir das zonas de incubação em direcção aos alvos humanos, e esse indicador é importante para o controlo da malária a partir da fonte de procriação de mosquitos.

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