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Febre hemorrágica mata em Angola


O ministro da Saúde de Angola afirma que estão a ser detectados casos do vírus de Marburgo noutros locais para além da Província do Uíge. Foram detectados casos nas províncias de Luanda, Cuanza Norte e em Cabinda, que faz fronteira com o Zaire. Mas o vice-ministro da Saúde, José Van Dunen, afirma que todos os casos conhecidos resultaram de pessoas que visitaram o Uíge e, até agora, não ocorreram contágios entre as pessoas fora daquela área. ”Todos os casos são na província do Uíge."

Os casos detectados em Luanda, Cabinda e Cuanza Norte foram exportados do Uíge”. O vice-ministro angolano da Saúde contava-se entre as autoridades sanitárias que falaram a partir de Luanda através de uma ligação vídeo, via satélite, para o Centro de Estudos Estratégicos Internacionais, em Washington.

A ausência de transmissão do vírus de Marburgo fora da Província do Uíge é um dos sinais de esperança dados pelas autoridades angolanas de que a epidemia terá sido contida. Um dos especialistas americanos do governo americano que foram ao Uíge participar nos esforços internacionais, o médico Tom Ksiazek, do Centro de Controlo de Doenças de Atlanta, afirmou existirem outros sinais de esperança.

”Em termos que nos asseguram que a situação não está fora de controlo é que é necessário um contacto muito próximo com os pacientes contaminados, habitualmente gravemente doentes, para ficar infectado com este vírus. Essas circunstâncias continuam, infelizmente, pelo que o contágio continua. Mas não é uma doença que vá atingir a comunidade em geral no Uíge. Se aquelas condições mudarem, então será necessário que fiquemos seriamente preocupados.”

No entanto, o coordenador da OMS para o controlo das actividades do vírus de Marburgo em Angola, Fátima Diallo, afirma que as autoridades sanitárias não podem afirmar com certeza que o número de casos atingiu o máximo. Ela afirma que a contaminação está a diminuir e manifestou confiança que a epidemia estará em breve sob o controlo, se se mantiver esta tendência.

Estamos agora a observar uma tendência positiva. Estamos a acompanhar devidamente todos os contactos. Temos uma noção muito exacta do que se está a passar na comunidade. A partir daí sentimos que, nos próximos dias, podemos começar a fazer previsões, se estivermos perante um declínio desta epidemia. E estamos confiantes de que iremos conter esta epidemia dentro em breve.”

O governo angolano lançou uma campanha de informação pública usando os órgãos de comunicação social, camiões com alti-falantes, professores nas escolas e curandeiros para dizer á população para evitar o contacto com doentes contaminados com o vírus de Marburgo. A campanha pede às pessos para não tocarem em cadáveres daqueles que tenham morrido da doença.

No Centro para o Controlo das Doenças em Atlanta, o perito em doenças infecciosas, John Jernigan, afirma haver poucas hipóteses de que o vírus da febre hemorrágica se possa espalhar internacionalmente a partir de Angola.

”A possibilidade de casos importados parece baixa dada a natureza e o modo da transmissão deste vírus e a natureza dos padrões de viagens associados com a áreas primáriamente infectadas.”

Se houver casos importados de Angola, afirma o dr. Jernigan que o controlo anti-infeccioso de rotina nos hospitais, levaria o paciente a ser isolado, evitando o alastramento da doença.

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