Líbia apresenta desculpas pela morte do embaixador americano

Consulado americano de Benghazio em chamas depois do ataque de manifestantes salafistas que vitimou Christopher Stevens

Christopher Stevens foi morto em resultado de um ataque de salafistas que protestavam contra um filme considerado de ofensivo ao profeta Maomé
A Líbia apresentou hoje um pedido de desculpas aos Estados Unidos, pela morte ontem do embaixador Americano, Christopher Stevens, e de três outros funcionarios diplomáticos no ataque contra o consulado americano em Benghazi.

Numa conferencia de imprensa em Tripoli o presidente do Congresso Geral Nacional – a mais alta autoridade política do país – Mohamed al-Megaryed pediu desculpas ao governo americano e ao mundo. Os diplomatas americanos terão sido vitimas de um ataque de salafistas em resposta a publicação de um filme do realizador israelo-americano, Sam Bacile sobre uma boigrafia estereotipada do profeta Maomé, como homossexual, pedófilo e galanteador.

“Nós apresentamos as nossas desculpas aos Estados Unidos e ao povo americano e ao mundo inteiro pelo sucedido” – é esse o extrato do pedido de desculpa formal da Líbia a Wasington, citado hoje pela France Press. Um expediente feito pela mais alta instancia do poder político na Líbia – o Congresso Geral Nacional – através do seu presidente Mohamed al-Megaryef.

O governo de Tripoli procura assim ganhar tempo numa altura em que as autoridades dos dois países parecem estar sob o efeito ainda paralizante do trágico assassinato do diplomata americano no cargo desde Maio deste ano.
Christopher Stevens é descrito como um “bom conhecedor” da região, e já tinha representado o seu país como encarregado político das embaixadas americanas em Jerusalém, Damasco, Cairo e Riad.

As circunstancias da morte do embaixador Stevens e de três outros funcionários americanos continuam por esclarecer. Contudo os detalhes até ao momento publicados pela imprensa indicam que os 4 foram vitimas de um ataque de islamistas armados contra o consulado americano em Benghazi à Leste do país.

Um responsável da Alta Comissão de Segurança em Benghazi disse a uma agência de imprensa europeia, que o diplomata americano se encontrava no consulado no momento do ataque. Uma outra fonte disse por sua vez a Agencia Reuters que o embaixador Christopher Stevens se encontrava de caminho a Benghazi depois de ter sido informado que os revoltosos tinham atacado o consulado americano e que minutos mais tarde o carro no qual seguia viria a ser atingido por uma granada já nas instalações do consulado. Uma outra fonte disse que as vitimas foram mortas quando tentavam fugir do local através da viatura entretanto atingida por uma granada. O diplomata e as outras vítimas teriam sido mortos por asfixia ao inalarem o gas libertado pelas granadas.

O governo americano despachou imediatamente um avião militar para Benghazi afim de recuperar os restos mortais do malogrado. Aqui em Washington as reacções não se fizeram por esperar. O presidente Barack Obama condenou com veemencia o acto, tendo-o qualificado de um “ataque escandaloso” e ordenou o reforço dos dispositivos de segurança em torno das representações diplomáticas americanas na Líbia e no resto do mundo.

A Secretária de Estado, Hillary Clinton já tinha horas antes condenado esse ataque “em termos mais fortes”. Clinton disse que algumas pessoas têm procurado justificar “este comportamento vicioso” como uma resposta a um publicação inflamatória na internet. A governante americana disse que os Estados Unidos deploravam todos os esforços intencionais para denigrir as crenças religiosas ou outras, mas que rejeitavam “quaisquer justificações para actos de violencia desse tipo.”

Segundo fontes oficiais líbias, os manifestantes na sua maioria salafistas tinham lançado granadas contra o edificio do consulado americano em Benghazi para protestar contra um filme de um realizador israelo-americano, considerado por eles de ofensivo ao Islão. A banda anúncio do filme que já tera sido exibido há dois meses aqui nos Estados Unidos, foi recentemente publicada na internet em árabe, tendo assim suscitado a revolta de radicais salafistas tanto na Líbia como no Egipto.