Trump diz estar decepcionado com a China e prevê retaliar

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Donald Trump fala a jornalistas na Casa Branca

O Presidente americano Donald Trump afirmou estar muito decepcionado com a China devido ao que considera ser a incapacidade de Pequim em conter o novo coronavírus, que, segundo ele, ofuscou as negociações para um acordo comercial entre os dois países.

Em entrevista gravada ontem, mas divulgada nesta quinta-feira, 14, pela Fox Business Network, Trump disse que a China fez tudo errado.

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“Eles nunca deveriam ter deixado isto acontecer. Então eu faço um grande acordo comercial e agora digo que que parece que não é bom para mim. A tinta mal tinha secado e a praga chegou”, afirmou.

Conforme a fase um do acordo assinado em janeiro, Pequim prometeu comprar pelo menos 200 mil milhões de dólares em bens e serviços americanos adicionais ao longo de dois anos, e Washington aceitou suspender as tarifas sobre bens chineses em diferentes etapas.

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Um jornal estatal chinês noticiou que alguns conselheiros do Governo em Pequim pedem novas negociações e possivelmente a invalidação do acordo.

Trump voltou a dizer que não tem interesse em renegociar e pensa em retaliar.

"Há muitas coisas que poderíamos fazer", reiterou o Presidente, como "cortar todo o relacionamento".

Esta ideia de punição a Pequim tem vindo a crescer depois que a Administração americana aumentou críticas contra o que considera de retenção pelas autoridades chinesas de informações sobre o novo coronavírus no final do ano passado.

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Além de poder oferecer aos americanos a possibilidade de processar a China pelas mortes, Washington analisa impor sanções e proibições de viagens ou reduzir e até impedir as empresas americanas de concederem empréstimos a companhias chinesas.

No início desta semana, a Administração Trump autorizou um fundo de pensões para funcionários do Governo a alienar quatro mil milhões de dólares em participações em empresas chinesas, alegando que a China representa riscos de investimento e à segurança nacional.