STP: Greve de professores sem fim à vista

Professores em greve, Escola Patrice Lumumba, São Tomé e Príncipe, 1 março 2024

Cerca de 90 mil alunos do ensino pré-escolar ao secundário estão sem aulas, há cerca de 15 dias, em São Tomé e Príncipe devido a greve dos professores.

Centenas de pais deixaram de trabalhar para tomar conta das crianças que estão em casa sem aulas, e não escondem a indignação.

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STP: Greve de professores sem fim à vista

“As crianças já estão muito tempo em casa e não tenho como colocá-las na ‘explicação’. Alias, onde eu vivo nem tem condições para isso”, disse à VOA uma mãe que deixou de trabalhar para tomar conta dos filhos.

A porta voz do sindicato dos professores, Vera Lomba, lamenta que “o principal ponto do caderno reivindicativo, aumento de salário de base, não esteja resolvido apesar de duas propostas alternativas submetidas ao ministério da educação”.

O primeiro-ministro, Patrice Trovoada, reafirma que o governo não tem condições para satisfazer a exigência dos professores no que toca ao aumento salarial.

“Aumentar o salário de base dos professores para 10 mil dobras, cerca de 420 dólares, significa aumentar a massa salarial em 40 por cento” afirmou o chefe do governo.

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Trovoada diz que o governo já cedeu no que pode, actualizando as carreiras e alguns subsídios, e que agora “cabe aos sindicatos agirem de boa fé tendo em conta a situação financeira do país”.

O analista Liberato Moniz diz que o governo deve fazer o levantamento exaustivo da situação dos recursos humanos no sistema nacional da educação” para saber quantos professores o país precisa e o que realmente é gasto com o salário dos docentes”.

Moniz aponta a disparidade salarial na função pública são-tomense como a principal razão do descontentamento dos professores.

“Os professores consideram-se pilares da sociedade e acham que ganham muito pouco, enquanto que noutros sectores há pessoas a receberem muito dinheiro”, comenta Moniz.