Daviz Simango critica despesa com estátuas de Machel

Daviz Simango critica despesa com estátuas de Machel

O próprio Machel seria contrário aquela iniciativa que vai custar ao país o equivalente ao valor de quinze escolas

<!--IMAGE--< 3 Fev 2011 - “O regime de apartheid era um regime anti-humano mas, pelo menos, não fuzilou os seus opositores políticos, razão porque temos, hoje, Nelson Mandela, conseguindo unir os sul-africanos e fazer uma África do Sul moderna, em que os brancos e os negros mutuamente conseguiram reconciliar-se”. A afirmação foi feita por Davis Simango, líder do MDM e filho de Urias Simango, um dos líderes fundadores da Frelimo, que foi fuzilado depois da independência num dos chamados “campos de reeducação”, durante a presidência de Samora Machel.

Daviz falava à Voz da América, a propósito do Dia dos Heróis, sublinhando que ainda há muitos heróis moçambicanos que não foram reconhecidos “porque ou nunca estiveram ligados ao regime ou porque o regime continua a partidarizar o processo de identificação desses mesmos heróis”. O líder do MDM e presidente da Câmara da Beira propõe a criação de uma instância apropriada, devidamente reconhecida pela Assembleia da República, para definir os critérios para escolher os heróis moçambicanos.

Sobre a decisão do governo moçambicano de mandar erigir estátuas de Samora Machel em todas as províncias do país, Daviz Simango manifestou a sua discordância e comentou que o próprio Machel seria contrário aquela iniciativa que vai custar ao país o equivalente ao valor de quinze escolas que não serão construídas, quando se sabe que em Moçambique “700 mil crianças vão estudar debaixo das árvores ou ao relento”.