A situação precária por que passam os habitantes do bairro Mundial está a preocupar a Associação de Desenvolvimento e Solidariedade Social de Angola(ADSSA).
No bairro faltam escolas e outras infraestruturas de âmbito social, porém o que mais preocupa é mesmo a falta de unidades hospitalares.
ADSSA realizou recentemente nesta localidade, que dista a cerca de 30 km do centro da capital do país, uma campanha de testagem voluntária e assistência médica gratuita que resultou no diagnóstico de um número elevado de doentes com patologias diversas.
Your browser doesn’t support HTML5
Bairro Mundial
Num total de 3.812 cidadãos assistidos, dos quais 2.600 são crianças e 1.210 adultos. Desses últimos 495 pertencem à chamada terceira idade.
Desse tota, 19 pessoas foram diagnosticadas em estado crítico, tendo recebido assistência médica e transferidas posteriormente para as unidades sanitárias de referência no centro da capital angolana.
A malária lidera a lista das doenças mais frequentes tendo sido diagnosticados 2.456 casos. Já a hipertensão arterial está em segundo lugar com 837 casos.
Segundo um balanço feito pela organização, foram igualmente registados 2 casos positivos de HIV-SIDA.
A coordenação do bairro mostrou-se satisfeita com a mão solidária da ADSSA.
Cardoso Zambi é o coordenador do Mundial e fala em falta de tudo no bairro, desde a energia eléctrica, escolas e hospitais.
“Nós aqui temos várias preocupações”. Em primeiro lugar, segundo conta, é a saúde, em seguida a escola.
O secretário geral da ADSSA Kamone Domingos julga que o problema de saúde que grassa o bairro Mundial é do conhecimento das autoridades. Todavia, manifesta-se descontente com a falta de apoio do Governo provincial, em particular da delegação provincial da saúde à acção solidária da Associação de Desenvolvimento e Solidariedade Social de Angola.
Apesar da falta de apoio, a associação conseguiu, na medida do possível, dar resposta às várias situações de saúde.
“Nós abrimos o caminho e agora gostaríamos que a sociedade e o próprio Estado pudessem se responsabilizar e tivessem consciência que aquela população tem este tipo de problema e que precisa de apoio”, explicou.
A Associação de Desenvolvimento e Solidariedade Social de Angola entende que a situação é preocupante por isso pretende apresentar o resultado ao Ministério da Saúde.
Kamone Domingos salienta que a sua organização vai continuar a lutar pelo bem-estar das populações procurando apoio para acudir às diversas situações.
O objectivo é fazer chegar a sua acção e estender a mão solidária em todas as províncias do território angolano, sobretudo as do interior onde a situação é mais inquietante.
Depois da apresentação dos dados recolhidos durante a campanha ao Ministério da Saúde, a ADSSA pretende pressionar as autoridades no sentido de ver a situação daquela localidade melhorada.
Kamone Domingos aproveitou a conferência de imprensa de balanço da actividade para explicar que a organização da qual é secretário geral está preocupada não apenas com a educação e saúde, mas também com o fraco desenvolvimento de outros sectores onde pretende também dar o seu contributo.
A falta de escolas e de unidades hospitalares não é a única preocupação da população do bairo, que carece também de melhorias nos sectores de energia eléctrica e água.