Professores manifestam-se no Lubango, enquanto colegas presos aguardam libertação

  • Teodoro Albano

Lubango

A cidade de Lubango terá vivido hoje o mais duro ambiente de contestação dos professores que também exigiram a solução das suas reivindicações.
Vinte professores detidos pela Polícia Nacional na Huíla na sequência da manifestação abortada no passado sábado (21) aguardam por soltura a qualquer momento.

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Professores voltam a manfiestar-se no Lubango - 2:02


O julgamento sumário a que deviam ser submetidos nesta segunda-feira, 23, ficou sem feito, já que o tribunal, apurou a Voz da América, achou falta de instrução processual.

Do lado de fora do tribunal, centenas de professores indignados pela detenção dos colegas, clamavam por justiça.

O secretário provincial do SINPROF João Francisco confirmou a detenção dos colegas.

A manifestação realizada sábado acabou por acontecer hoje num dia normal de trabalho.

Centenas de professores manifestaram-se fechando a circulação do trânsito rodoviário por mais de cinco horas, ante o olhar silencioso da Polícia Nacional.

A cidade de Lubango terá vivido o mais duro ambiente de contestação dos professores que também exigiram a solução das suas reivindicações.

O presidente da Associação Construindo Comunidades (ACC) o padre Jacinto Pio Wakussanga, analisou a revolta dos professores como o acumular dos direitos negados e não só.

“Mover uma grande brigada toda ela armada até aos dentes com todo o tipo de especialidade desde militares das FAA enfim, polícia de várias especialidades, enfim atirar gás lacrimogéneo enfim disparar contra pessoas e no fim prender inocentes para depois hoje querer ensaiar um julgamento quase à revelia para o chamarem de julgamento sumário, isto, é um absurdo em termos legais e naturalmente vai ter consequências gravíssimas para quem está no próprio poder, quem ordenou que se reprimissem os professores.”

Mais tarde, apenas o apelo do advogado David Mendes, que teria recebido da polícia a garantia de soltura dos professores, acalmou a onda de contestação dos docentes.

O clima de tensão na classe de professores do ensino geral acontece numa altura em que se está na quarta semana de greve e o ministro da Educação Mpinda Simão, visita a província da Huíla.