Presidente guineense promete cumprir Constituição e nomear novo primeiro-ministro

José Mário Vaz ouviu partidos políticos

Na Guiné-Bissau, o Presidente José Mário Vaz garantiu às lideranças dos partidos políticos com assento no Parlamento com as quais reuniu-se nesta sexta-feira, 14, que vai indicar o primeiro-ministro de acordo com a Constituição e com os resultados das eleições legislativas de 10 de Março.

A revelação foi feita pela vice-presidente do PAIGC, partido vencedor com maioria relativa, Odete Semedo, depois da audiência com Vaz, na qual ele garantiu “que vai seguir escrupulosamente o que a lei diz e que há vários rumores, mas que está consciente das suas prerrogativas e é isso que vai fazer".

Semedo acrescentou que o Presidente "não pediu" ao PAIGC para indicar o primeiro ministro, mas “que o partido vai continuar a aguardar”.

Opinião semelhante teve o vice-presidente da União para a Mudança, João Baticã Ferreira, que reiterou ter José Mário Vaz assegurado que a "Constituição tinha de ser aplicada".

"Não vemos outra saída, outra via aberta, que não seja a aplicação da Constituição. A maioria parlamentar está garantida", salientou o dirigente da União para a Mudança, que integra a maioria parlamentar, juntamente com o PAUGC, APU-PDGB e PND.

Nesse sentido, Armando Mango, da APU-PDGB, disse esperar que o Presidente indigite "imediatamente" o próximo primeiro-ministro de acordo com os resultados das últimas eleições legislativas.

O vice-presidente da União para a Mudança, João Baticã Ferreira, afirmou que o Chefe de Estado disse que a "Constituição tinha de ser aplicada".

Oposição insiste na solução da crise no Parlamento

No lado dos partidos na oposição parlamentar, embora tenham sido o segundo e o terceiro mais votados, o Madem-G15 e o PRS voltaram a reiterar a necessidade de eleição de todos os membos da Mesa da Assembleia Nacional Popular, como ponto de partida para resolver a crise política actual.

O coordenador daquele partido Braima Camará, garantiu, no entanto, está disposto a colaborar para que se possa fazer, pela primeira vez na história da Guiné-Bissau, uma oposição construtiva e responsável”.

“Apelamos a partir da Presidência da República a todos os atores políticos para agirem a favor dos interesses do povo para que o país possa sair de marasmo em que se encontra. É importante que haja uma conclusão legal de todo o processo de formação da mesa da ANP, à luz do regimento da Assembleia Nacional Popular, para que possamos entrar na efetividade das nossas funções enquanto parlamentares”, concluiu Camará.

Por seu lado, o líder da bancada parlamentar do PRS, Sola N’quilim Na Bitchita, apelou à imprensa guineense no sentido de ajudar para que a mesa da Assembleia Nacional Popular seja constituída, mediante uma informação que leve a opinião pública a perceber que o posto do primeiro-secretário da mesa do Parlamento pertence aos renovadores.

Questionado sobre a posição do seu partido face à situação política atual, explicou que neste quadro de consultas “nenhum partido pode ter uma posição, porque trata-se apenas de uma auscultação e neste sentido eles não podem ter nenhuma posição”.