Prémio da ONU para Aldo Marchesini, médico e padre "moçambicano"

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Aldo Marchesini, médico italiano radicado em Moçambique

Aldo Marchesini foi proposto pelo ONG moçambicana Fórum Mulher pelo seu trabalho no tratamento da fístula obstétrica em Moçambique
O médico e padre Aldo Marchesini, um italiano que reside em Moçambique, e o programa da John Hopkins para a Educação Internacional em Ginecologia e Obstetrícia, recebem em Nova Iorque, hoje, 12, o Prémio de População das Nações Unidas 2014.

Dr. Marchesini, nascido na Itália, trabalha em Moçambique desde 1974 e está actualmente na província da Zambézia. A sua nomeação para o prestigiado prémio da ONU foi criado em 1981 para reconhecer acções nas áreas da população e saúde.

A nomeação foi feita pelo Fórum Mulher, ONG moçambicana que se destaca na defesa da igualdade de género com o intuito de reconhecer o trabalho do Dr. Marchesini no tratamento da fístula obstétrica em Moçambique, trabalho que ajuda a restaurar a dignidade da mulher. Marchesini treinou todos os médicos que trabalham nesta área no país. Ele também angariou fundos, não só para financiar o tratamento das pacientes, mas também para pagar o seu transporte, alimentação e roupas.

Durante a guerra civil, o Dr. Marchesini foi muitas vezes raptado. A sua dedicação e serviço valeram-lhe prémios, entre os quais o de Cavaleiro da Ordem da Estrela da Solidariedade da República da Itália, Certificado de Honra do Ministério da Saúde de Moçambique e da Campanha pelo Fim da Fístula, e o Certificado de Honra da Direcção Provincial da Zambézia.

O outro vencedor é o Programa de John Hopkins para a Educação Internacional em Ginecologia e Obstetrícia. Nos últimos 40 anos, este programa prestou assistência a cerca de 160 países e actualmente trabalha em mais de 30, incluindo Moçambique. O programa já treinou mais de meio milhão de profissionais de saúde em planeamento familiar e saúde reprodutiva.