Novo imposto significa recuo na vida dos angolanos defendem sindicatos

Um homem sentado num passeio na cidade de Benguela, Angola

Sindicalistas estão preocupados com recuos na vida social dos empregados angolanos devido ao novo código do imposto sobre o rendimento do trabalho.

Para falar sobre o assunto, ouvimos a vice-presidente do Sindicato Nacional dos Professores, Hermínia do Nascimento, o secretário geral da SGCILA, Francisco Jacinto, o secretário geral da UNTA, Manuel Viage e Wilson Donge, da Administração Geral Tributária.

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Angola: Mais impostos sobre o trabalhar

Os angolanos que têm conseguido garantir a manutenção dos seus empregos contam agora com mais uma adversidade penalizadora, como consequência das políticas anti populares que estão a ser adoptadas pelas autoridades.

Em causa está a entrada em vigor do novo imposto sobre o rendimento do trabalho, a partir deste mês de Setembro. Uma decisão que não é do agrado da maioria dos trabalhadores que estão, agora, obrigados a consentir mais um sacrifício, que se junta à prolongada crise económica.

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Com a pandemia da Covid-19 a contribuir para o agravar do fenómeno da pobreza e da escalada do desemprego, entre a população activa, o recurso ao bolso do cidadão, apresenta-se como a tábua de salvação para a governação de João Lourenço.

A nova tabela de rendimento com 13 escalões, com taxas que variam dos 10% aos 25%, aumenta a carga fiscal para funcionários que tenham salários acima de 200 mil kwanzas.

No código actualizado, militares e polícias passam a pagar o IRT, quando antes estavam isentos.

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O Sindicato Nacional dos Professores manifesta absoluto desacordo com o novo imposto e diz que o governo "entrega com a mão direita e recebe com a mão esquerda".

Hermínia do Nascimento, vice presidente do SINPROF, acredita que "o trabalhador vai continuar a perder o poder de compra e mais famílias vão reforçar o exército de pobres no país".