MPLA "reconcilia-se" com a sua história reconhece todos os presidentes

  • VOA Português

Historiador e antigo militar defendem agora reconciliação com a nação

O MPLA, partido no poder em Angola, reconheceu as figuras de Ilídio Machado e Mário Pinto de Andrade como sendo os dois primeiros presidentes da organização e anunciou que vai homenagear as duas personalidades políticas “em tempo oportuno”, bem como todas as outras individualidades que estiveram na génese da formação política.

Your browser doesn’t support HTML5

MPLA retifica historia dos seus presidentes - 3:02

Analistas louvam a iniciativa do presidente João Lourenço, mas consideram que, a par reconciliação interna, o partido no poder deve olhar para a nação, reconhecendo outras individualidades que lutaram para a libertação do país, independentemente da sua cor política.

A partir do VII Congresso Extraordinário do MPLA , realizado no dia 15, as duas figuras políticas passaram a constar do quadro de honrados principais líderes daquele partido desde 1956.

Em termos oficiais, o MPLA passa a contar com cinco presidentes, na sua história, nomeadamente Ilídio Machado, Mário Pinto de Andrade, Agostinho Neto, José Eduardo dos Santos eJoão Lourenço.

A nova liderança política do partido no poder considera Ilídio Tomé Alves Machado como sendo o seu primeiro presidente, até ser preso, em 1959 pelo regime colonial, enquanto Mário Pinto de Andrade exerceu o cargo , entre 1959 e 1962 e seu secretário-geral, entre 1962 e 1972.

O terceiro presidente foi Agostinho Neto, que dirigiu o MPLA até à sua morte, em Setembro de 1979, mês em que José Eduardo dos Santos assumiu a liderança, que terminou no dia 8 de Setembro de 2018.

O general na reforma, Manuel Paulo Mendes de Carvalho Pacavira (Paka), disse que a lista das figuras com as quais o MPLA deve reconciliar-se não se circunscreve apenas a Ilídio Machado e a Mário Pinto de Andrade.

O general Paka declarou também que, depois de reconciliação interna, o MPLA, como partido que governa o país, “deve reconciliar-se com a nação”.

Por seu turno, o historiador Silva Cabaça considera que a decisão do MPLA e do seu novo líder tem o condão de corrigir a história do partido, supostamente escamoteada pela anterior liderança partidária.

Cabaça também entende que figuras que lutaram para a libertação do país devem ser igualmente reconhecidas e homenageadas independentemente das suas convicções políticas.