Observadores internacionais vão supervisionar cessação das hostilidades em Moçambique

Maputo - Mocambique

A Renamo exige garantias de segurança por parte do governo para o seu líder Afonso Dhlakama sair do esconderijo onde se encontra para poder participar no processo eleitoral.
Em Moçambique, a Renamo pediu e o Governo aceitou hoje a presença física de observadores internacionais visando pôr termo às hostilidades entre guerrilheiros da Renamo e as forças governamentais.

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Governo e Renamo acordam presença de observadores internacionais - 2:43


O chefe da delegação do Governo no diálogo com a Renamo, José Pacheco, e o líder da equipa da Renamo, Saimone Macuiane, respectivamente, confirmaram que as duas partes chegaram a acordo sobre a presença de observadores internacionais.

Com o aval dado pelo Governo, as duas partes estão agora num processo de harmonização dos termos de referência da observação internacional ao fim dos ataques armados.

Entretanto, a Renamo exige garantias de segurança por parte do Governo para o seu líder Afonso Dhlakama sair do esconderijo onde se encontra para poder participar no processo eleitoral.

Dhlakama deve obter o cartão de eleitor através do recenseamento eleitoral que termina a 29 de Abril próximo.

Ao que tudo indica o líder da Renamo vai concorrer como candidato presidencial do seu partido nas eleições de 15 de Outubro, mas tudo isso requer a sua presença num local fisicamente conhecido.

O professor Aly Jamal, do Instituto Superior de Relações Internacionais, considera que por causa da grande desconfiança existente entre as partes é normal que a Renamo exija garantias de segurança para o regresso do seu líder, embora acredite que o Governo nunca teve intenções de matar Afonso Dhlakama.

“Suponho que nunca houve intenção do Governo para liquidar o líder da Renamo”, disse o professor Jamal.

Ainda são desconhecidos os termos de garantias que a Renamo exige ao Governo para o aparecimento público do seu líder escondido em parte incerta depois do assalto à sua base militar residencial pelas forças armadas do Governo em Outubro último.

No entanto, o Secretário-Geral da Renamo Manuel Bissopo, que estava com Afonso Dhlakama no mesmo dia do assalto à base de Satungira, regressou à cidade de Maputo sem garantias de segurança especial.

Só que o porta-voz da Renamo, António Muchanga, acha que o governo está mesmo a perseguir Afonso Dhlakama e o pessoal ligado à sua segurança.

A presença de observadores internacionais no processo do fim dos ataques poderá ajudar a restabelecer a confiança para o regresso de Afonso Dhlakama.