Moçambique: FDS recuperam Quirimba e Quissanga do controlo de insurgentes

Hospital de Quissanga, destruído por estudantes, Cabo Delgado, Moçambique, abril 2020

Organização não governamental Save The Children alerta que ataques surpresa estão a deixar as pessoas numa situação de extrema vulnerabilidade.

O governador provincial de Cabo Delgado diz que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) já reassumiram o controlo da ilha Quirimba, no distrito do Ibo, e da vila-sede de Quissanga que haviam sido tomadas pelos insurgentes, durante a nova vaga de ataques à província no início de março.

Entretanto, a organização não governamental Save The Children alerta que ataques surpresa estão a deixar as pessoas numa situação de extrema vulnerabilidade.

O governo nunca assumiu, publicamente, que a ilha Quirimbas e
a vila de Quissanga tinham sido tomadas pelos insurgentes, na sequência dos sucessivos ataques às regiões, que provocaram uma nova vaga de deslocados.

Veja Também Moçambique: Residentes da ilha Quirimba controlada por insurgentes com escassez de alimentos

O governador de Cabo Delgado, Valigy Tauabo, disse, agora, que a reposição da ordem e tranquilidade públicas resultaram da implementação, pelas FDS, de uma estratégia de combate desde Chiure, passando por Ancuabe até ao distrito de Quissanga.

Valigy Tauabo referiu que já está em curso o fornecimento de bens alimentares e outros produtos essenciais, que "tinham sido saqueados pelos terroristas".

Veja Também Cabo Delgado: Insurgentes ocupam ilha de Quirimba e população foge para Pemba

Entretanto, Rui Muthemba, da Save The Children, manifestou a sua extrema preocupação, particularmente com os ataques inesperados, que deixam as populações em situação de vulnerabilidade.

"As famílias são obrigadas a abandonar as suas casas, as suas aldeias sem que haja tempo para levar qualquer bem, incluindo a própria documentação das crianças’’, realçou Muthemba.

Veja Também Cabo Delgado: Insurgentes voltam a criar pânico em Quissanga

A nova onda de ataques registada no início do mês nos distritos de Macomia, Chiure e Mecufe obrigou cerca de 100 mil pessoas a deixarem as suas casas, de acordo com uma estimativa da Organização Internacional das Migrações.