Mondlane perde mandato na AM de Maputo e diz que órgão "é produto do roubo da vontade popular"

  • VOA Português

Venâncio Mondlane, deputado da RENAMO, Moçambique

Assembleia Municipal de Maputo diz que ele nem tomou posse nem compareceu às sessões

O antigo candidato da RENAMO à presidência do Conselho Municipal de Maputo, em outubro, Venâncio Mondlane, perdeu o mandato de membro da Assembleia Municipal de Maputo por "faltas injustificadas".

A decisão foi tomada pelo órgão deliberativo municipal da capital, que argumentou que Mondlane não participou na tomada de posse e nunca compareceu às sessões da Assembleia.

Your browser doesn’t support HTML5

Washington Fora d’Horas: entrevista, em directo, com Venâncio Mondlane, deputado da RENAMO

Mondlane, que pretende concorrer à liderança da RENAMO, disse que “perder o mandato por estar numa assembleia fraudulenta é até meritório”.

“Quem me dera a mim perder mil vezes mandatos deste tipo de órgãos fraudulentos da máfia. Não tenho medo nenhum e nada a comentar por não fazer parte de um órgão que é produto do roubo da vontade popular", disse Venâncio Mondlane, citado pela imprensa moçambicana, sexta-feira, 26.

Veja Também Tribunal de Maputo rejeita pedido de Venâncio Mondlane para anular decisões de dirigente da Renamo

O deputado nacional foi o cabeça-de-lista do partido nas eleições autárquicas de outubro de 2023, com o lema "resgatar Maputo", mas, de acordo com os dados oficiais, Mondlane obteve 33,59 por cento dos votos, contra 58,78 por cento da Frelimo, cuja lista foi liderada por Rasaque Manhique.

A RENAMO e Mondlane contestaram os resultados na justiça, dizendo que houve fraude, porque, segundo aquele partido, a oposição conseguiu 53 por cento.

Veja Também Moçambique: Efeitos e consequências da crise política na Renamo

Durante semanas, Venâncio Mondlane liderou marchas contra o que chamou de fraude eleitoral.

Mondlane também anunciou a intenção de concorrer à liderança da RENAMO, mas, na sua mais recente reunião, o Conselho Nacional do partido criou um perfil para potenciais candidatos, no qual ele não se enquadra por não ter 15 anos de militância ativa.

Em entrevista à Voz da América, no passado dia 19, Mondlane considerou a decisão ilegal, disse que recorreu ao tribunal e afirmou esperar que a decisão seja revogada pelo Congresso, previsto para os dias 15 e 16 de maio.