Moçambique pede extradição de cidadãos detidos com dinheiro na África do Sul

Detidos tinham sete milhões de dólares não declarados

Um dos acusados pediu asilo político na África do Sul por ter recebido ameaças de morte em Moçambique.

O Governo de Moçambique pediu a extradição dos dois cidadãos moçambicanos presos no dia do Natal com cerca de sete milhões de dólares não declarados no lado sul-africano da fronteira do Lebombo.

A revelação é da procuradora sul-africana Lisa Ahlers que, na audiência no tribunal da cidade de Barbeton, na segunda-feira, 4, disse ainda que o caso está entregue também à Interpol.

O juiz ainda não decidiu o valor da fiança a ser pago por Assane Momad, de 50 anos de idade, e Abdul Ahmed, de 37 anos, para aguardarem o julgamento em liberdade.

Na audiência, a procuradora Lisa Ahlers disse que a investigação ainda está na fase inicial e por agora apenas está a verificar a direcção da residência de Assane Momad que, segundo a acusação alugou uma casa em Gauteng.

O advogado de Assane, Peter Naude, revelou que o seu cliente pediu asilo político na África do Sul em virtude de ter recebido ameaças de morte em Moçambique.

Os dois são acusados de fraude, lavagem de dinheiro e posse de propriedade roubada.

Entretanto, o porta-voz da unidade especial da polícia sul-africana Hawks, o brigadeiro Hangwani Mulaudzi, admitiu na semana passada que o dinheiro podia destinar-se a activistas terroristas.

"Onde e como eles conseguiram esse dinheiro é o que estamos a tentar determinar", disse Mulaudzi , citado pelo portal sul-africano iol.co.za.

Outra pista seguida pela polícia sul-africana é que o valor pode ter sido obtido a partir de resgates dos vários sequestros que assolam, desde 2011, as principais cidades moçambicanas, em particular Maputo e Matola.

As vítimas, na sua maioria, são empresários de origem asiática ou seus parentes e enormes somas em dinheiro foram exigidas em resgates.