Menos crescimento da economia moçambicana exige mais produção

Governador do banco central pede redução de importações.

O governador do Banco de Moçambique Ernesto Gove diz que o país deve reduzir as importações de produtos básicos para travar a depreciação do metical, mas economistas avisam que essa medida vai ter graves repercussões internas, sobretudo ao nível das cidades.

A moeda moçambicana perdeu quase 40 por cento do seu valor e Ernesto Gove diz que uma das causas tem a ver com o facto de o país estar a importar mais e a exportar menos.

Com efeito, as importações tradicionais moçambicanas aumentaram cerca de 17 por cento no primeiro semestre do ano passado e as exportações subiram apenas 0,5 por cento.

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"O sector privado tem de trabalhar no sentido de evitar a importação de certos produtos que podem ser produzidos em grande quantidade em Moçambique", destacou Ernesto Gove, na abertura de uma agência bancária.

Entretanto, o economista João Mosca diz que isso vai ter repercussões internas, sobretudo ao nivel das cidades, porque grande parte dos consumos de bens no país é importada.

Por outro lado, o governador do Banco de Moçambique, sem se referir ao recente caso de detenção de dois moçambicanos com mais de sete milhões de dólares na fronteira sul-africana de Lebombo, lamentou a existencia de muito dinheiro fora do sistema bancário, afirmando que " isso é prejudicial á economia".

A economia moçambicana está a enfrentar uma conjuntura adversa, traduzida pela queda do metical, diminuição de divisas e investimentos.

João Mosca sublinha que as autoridades moçambicanas, particularmente o Banco de Moçambique, foram, há bastante tempo, alertadas para a actual situação.

Refira-se que o Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, num recente encontro com empresários, considerou também não haver motivo para importar alimentos que podem ser produzidos no país e disse que iria incentivar o sector agrícola para reduzir a dependência do exterior e aumentar as exportações.

Para Filipe Nyusi, a importação de alimentos é um desperdício dos poucos recursos que o país dispõe, quando apenas 15 po rcento dos 35 milhões de terras aráveis são utilizados.